A Mongólia está a ignorar o mandado internacional de detenção emitido contra Vladimir Putin durante a visita do chefe de Estado russo ao país. A Ucrânia fala num "duro golpe" para a Justiça e acusa a Mongólia de ter permitido "a fuga de um criminoso".
Os sinais claros para a detenção foram enviados pelo Tribunal sediado em Haia, pela União Europeia e por várias organizações não-governamentais, mas foram ignorados pela Mongólia, que recebeu, com honras e um tapete vermelho, o presidente russo, acusado de vários crimes de guerra.
Como membro doTribunal Penal Internacional, a Mongólia é obrigada a cumprir os mandados internacionais de detenção, mas a ordem não resistiu à pressão económica.
O país é altamente dependente da Rússia em termos de importação de combustível e de eletricidade.
“Congratulo-me por constatar que as nossas relações estão a desenvolver-se numa nova base. E, apesar de todas as dificuldades (...), entrámos numa trajetória de crescimento das relações comerciais e do volume de negócios”, afirmou, na Mongólia, o presidente russo.
A visita de dois dias começou esta segunda-feira e é a primeira feita por Vladimir Putin a um país membro do Tribunal Penal Internacional, desde que o mandado de detenção foi emitido.
Kiev fala num duro golpe para a Justiça e acusa o governo mongol de ter permitido a fuga de um criminoso.
O poder da Rússia, alega Vladimir Putin, é visivelno Leste da Ucrânia, onde, de acordo com o Instituto para o Estudo da Guerra, Moscovo registou em agosto o maior avanço em quase dois anos.
A vantagem no Donbass contrasta com as dificuldades em Kursk, onde Kiev conseguiu manter em segredo a incursão armada.
Mas o aparente sucesso da operação não está a conseguir travar os ataques da Rússia. Na última noite, a rede elétrica e ferroviária da Ucrânia voltou a ser atingida em Chernihiv, Sumy e Dnipro.
Já em Zaporíjia, uma criançade 8 anos está entre as vítimas mortais de mais um bombardeamento fatal.