A correspondente da SIC na Ucrânia, IrynaShev, visitou o hospital pediátrico da cidade de Sumy, onde nove menores continuam hospitalizados.
Ivan não se queixa diz que as dores se aguentam bem. Fragmentos de míssil atingiram as pernas do rapaz de 13 anos que estava com amigos no centro da cidade no momento das explosões.
A recuperação vai ser longa, mas Ivan já faz planos para quando sair do hospital:
“Quando recuperar, eu o meu melhor amigo vamos tentar fazer alguma coisa juntos. Muito provavelmente em casa porque não vou querer ir a lado nenhum nos primeiros tempos. Absolutamente a lado nenhum. Mas um encontro em casa, conversar, beber chá, assim sim.”
Kirillo, o jovem herói
No mesmo piso, está também internado Kirillo, o adolescente que se tornou num símbolo de resistência por ter salvo a vida de várias pessoas que estavam presas no autocarro atingido pela explosão.
“Caí no chão e todos os barulhos ficaram abafados e pedaços de vidro caíram em cima de mim. Fiquei à espera que parasse de cair e levantei-me. Primeiro tentei abrir a porta do autocarro de dentro, mas não deu. Depois mandei a mochila pela janela partida e saltei para cima dela para não aterrar em cima de fragmentos de metal ou de vidro. E já do lado de fora, por causa do meu físico e por causa da adrenalina, consegui abrir a porta com algumas tentativas. Comecei a deixar as pessoas sair. Vi a minha mãe, ela tinha a cara cheia de sangue, ela limpou a cara um pouco para tentar ver alguma coisa e foi comigo. Comecei à procura de uma ambulância para que pudessem prestar-lhe os primeiros socorros”, conta.
O ato de Kirillo foi recebido como uma lufada de esperança no meio da tragédia. Estes jovens são considerados heróis, mas mesmo no hospital não têm segurança garantida.
Ali ainda se trocam janelas partidas num ataque com drone que aconteceu duas semanas antes.