Guerra Rússia-Ucrânia

Após onda de protestos, Zelensky propõe lei para garantir independência das agências anticorrupção

Na Ucrânia, a maior onda de protestos contra o governo desde o início da guerra levou Volodymyr Zelensky a agir. O presidente anunciou que vai propor ao Parlamento uma nova lei para reforçar a autonomia das agências públicas de combate à corrupção. A decisão surge depois de ter aprovado uma medida polêmica que limitava a independência desses organismos e lhe conferia mais poder.

Pessoas cantam enquanto seguram cartazes durante um protesto contra uma lei que visa instituições anticorrupção, no centro de Kiev, Ucrânia, terça-feira, 22 de julho de 2025.
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Só esta terça-feira foram centenas a fazer o mesmo apelo. Não aceitam a aprovação da lei que deixa sob alçada direta do presidente duas agências públicas de combate à corrupção.

Defendem que está em causa um princípio-base num Estado democrático: a independência da justiça. É que a nova lei permite que o chefe de Estado tenha acesso a todas as investigações e possa usar esse poder para salvar a própria pele, interferindo diretamente nos processos.

Os ucranianos não gostaram; os analistas apontaram o dedo e até em Bruxelas se pediram explicações, na Comissão e no Parlamento Europeu. O coro de críticas foi tão grande que o chefe do governo decidiu agir.

Volodymyr Zelensky explica que a lei foi aprovada depois de terem sido identificadas fugas de informação em benefício dos serviços secretos da Rússia, mas tenta agora provar que não vai interferir no combate à corrupção.

Esse reforço – assim como o fim da influência russa – foram também defendidos pelo chefe da diplomacia israelita. De visita a Kiev, repetiu a acusação que o próprio governo que integra está a ser alvo na Faixa de Gaza. Mas esse objetivo é para já uma miragem.

Esta quarta-feira, responsáveis dos dois países em guerra foram recebidos na Turquia para nova ronda de negociações, mas o encontro não deverá ter qualquer impacto no conflito.