Insólitos

Passageiros expulsos de avião por se recusarem a sentar em bancos com vómito

Dois passageiros da Air Canadá encontraram os seus lugares a cheirar mal, molhados e com vestígios de vómito. Depois de se recusarem a sentar-se nos bancos sujos, acabaram por ser expulsos do avião.

Passageiros expulsos de avião por se recusarem a sentar em bancos com vómito
Armando Franca

A companhia aérea Air Canadá emitiu um pedido de desculpa depois de dois passageiros terem sido obrigados a sentarem-se em bancos sujos com vómito. Os passageiros recusaram-se a ocupar os lugares e acabaram por ser expulsos do avião por elementos da segurança.

O voo entre Las Vegas (Estados Unidos) e Montreal (Canadá), no dia 26 de agosto, começou de uma forma atribulada. Susan Benson, uma das passageiras do avião, conta que do banco à sua frente emanava “um mau cheiro, mas que “a princípio” não sabiam qual a origem.

“Aparentemente, no voo anterior alguém tinha vomitado naquela parte. A Air Canadá tentou fazer uma limpeza rápida antes do embarque mas claramente não foi capaz de fazer uma limpeza completa. Eles colocaram grãos de café e perfume no banco para esconder o cheiro”, escreveu Benson nas redes sociais, poucos dias depois do voo.

Os passageiros a quem os lugares foram atribuídos mostraram-se chateados com o estado dos bancos e explicaram aos hospedeiros de bordo que “os bancos e cintos estavam molhados e que ainda eram visíveis resíduos de vómito”. O hospedeiro “pediu desculpa, mas explicou que o voo estava cheio e que não havia nada a fazer”, prossegue Susan Benson.

A troca de palavras durou “vários minutos”, até que um supervisor foi chamado ao local, tendo reforçado que os passageiros teriam de se sentar nos bancos sujos com vómito.

Também o piloto acabou por vir ao local para falar com os passageiros, dizendo-lhes que se não se sentassem nos bancos “poderiam sair do avião e organizar voo por sua conta, ou poderiam ser escoltados para fora do avião por seguranças, sendo colocados na lista de proibição de voo”.

Os passageiros acabaram por ser retirados do interior do avião por elementos da segurança, conta Benson, acrescentando que não sabe se os seus nomes foram colocados na lista, como referiu o piloto.

“Porquê? Por se terem recusado a sentar em vómito durante cinco horas!”, afirma. “Eu sinto-me envergonhada por ser canadiana e envergonhada pela Air Canadá.”

O episódio levou a companhia aérea canadiana a emitir um pedido de desculpas público aos passageiros, afirmando que estes “claramente não receberam o padrão de atendimento a que tinham direto”.

“Estamos a rever este assunto sério internamente e entrámos em contacto diretamente com os clientes, uma vez que os nossos procedimentos operacionais não foram corretamente seguidos nessa situação”, pode ler-se no comunicado, citado pela CNN.

Outros casos com fluidos humanos

O episódio com vómito nos bancos da Air Canadá não é único. Recentemente um voo da companhia aérea Delta Air Lines foi forçado a aterrar depois de um passageiro ter tido um grave episódio de diarreia a bordo. O piloto considerou ser um “problema de risco biológico”.

O voo que ligava Atlanta (Estados Unidos) a Barcelona (Espanha) acabou por regressar ao aeroporto de partida, duas horas depois de ter levantado. A Delta Air Lines confirmou ao Insider que houve “um problema médico” a bordo do avião e que este teve de aterrar para ser limpo.

Também no passado mês de junho, um passageiro que seguia num voo da Air France entre Paris (França) e Toronto (Canadá) deparou-se com um cheiro “a estrume” que vinha da zona por baixo do seu banco. À CNN, Habib Battah conta que reparou que havia uma mancha molhada no chão.

Os hospedeiros deram-lhe toalhitas para limpar a mancha, mas, à medida que esfregava o chão, estas ficaram com resíduos de cor vermelha. O piloto contactou o aeroporto de Paris – de onde tinham partido – para perceber o que eram as manchas, ficando a saber, através da sede da Air France, que era sangue humano.

Mais tarde, o passageiro foi contactado pela companhia aérea, que o informou que a mancha por baixo do seu lugar era, na verdade, uma mistura entre sangue e fezes.

À CNN, a Air France respondeu que em contacto com Batah e que “entende e lamenta o transtorno causado pela situação”.