Invasão em Brasília

União Europeia, Estados Unidos e CPLP condenam invasão em Brasília

Vários países manifestaram apoio ao Governo de Lula da Silva e às instituições democráticas do Brasil.

União Europeia, Estados Unidos e CPLP condenam invasão em Brasília
Eraldo Peres

Milhares de apoiantes de Jair Bolsonaro invadiram, este domingo, os principais edifícios governativos, em Brasília. Além fronteiras, vários representantes estatais se manifestaram publicamente, condenando estes ataques.

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, afirmou-se "profundamente preocupada" com a violência em Brasília. Defendeu que "a democracia deve ser sempre respeitada".

"Profundamente preocupada com o que está a acontecer no Brasil. A Democracia deve ser sempre respeitada", afirmou Roberta Metsola, numa publicação na rede social Twitter.

A líder afirma que o Parlamento Europeu "está ao lado do Governo" do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e "de todas as instituições legitima e democraticamente eleitas".

Por seu lado, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, expressou a sua "condenação absoluta" do "ataque às instituições democráticas" no Brasil e transmitiu o "total apoio" do bloco ao Presidente Lula da Silva, que tomou posse há uma semana, após a vitória na segunda volta das eleições presidenciais, em 30 de outubro, sobre Jair Bolsonaro, que procurava a reeleição para um segundo mandato.

Também no Twitter, Michel recordou que Lula foi eleito "democraticamente", em eleições que foram "justas e livres", ao contrário do que o ex-presidente Jair Bolsonaro defendeu durante estes meses.

Por sua parte, o alto representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, expressou o seu "desânimo" perante as "ações violentas e ocupação ilegal" de instituições por milhares de "extremistas".

"A democracia brasileira prevalecerá sobre a violência e o extremismo", sublinhou, no Twitter.

Também o Presidente francês, Emmanuel Macron, recorreu à mesma rede para defender que "a vontade do povo brasileiro e as instituições democráticas devem ser respeitadas!".

Lula da Silva, acrescentou o líder francês, "pode contar com o apoio incondicional da França".

O chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, também transmitiu no Twitter "todo o apoio" ao chefe de Estado brasileiro e "às instituições eleitas livre e democraticamente pelo povo brasileiro".

"Condenamos veementemente o assalto ao Congresso do Brasil e pedimos o regresso imediato à normalidade democrática", referiu ainda o primeiro-ministro espanhol.

Em representação dos Estados Unidos, Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, condenou a invasão e pediu o "fim imediato destas ações".

"Condenamos os ataques de hoje à Presidência do Brasil, ao Congresso e ao Supremo Tribunal de Justiça", escreveu o chefe da diplomacia dos EUA, no Twitter.

Antony Blinken salientou ainda que "usar a violência para atacar as instituições democráticas é sempre inaceitável" e que os Estados Unidos se juntam ao Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, na exigência do "fim imediato" da invasão pelos apoiantes de Bolsonaro.

O Presidente angolano, João Lourenço, que assegura também a presidência rotativa da CPLP, condenou de forma "vigorosa e firme" os "atos antidemocráticos" em Brasília.

"Na qualidade de Presidente 'pro tempore' da CPLP e na de Presidente da República de Angola expresso a mais vigorosa e firme condenação aos atos antidemocráticos que estão a ser praticados no Brasil, ao longo do dia de hoje, contra instituições que representam e simbolizam a Democracia brasileira", escreveu João Lourenço, numa mensagem divulgada na página da Presidência de Angola na rede social Facebook.

O chefe de Estado Angolano manifestou a convicção de que irá exercer a sua autoridade e "repor sem demora a ordem democrática no país".

"Consideramos estas manifestações lamentáveis e reveladoras de um elevado grau de intolerância não compatível com as regras do jogo democrático, em que os resultados legitimados pelo voto popular devem ser reconhecidos e aceites por todos", escreveu João Lourenço.

O Presidente angolano e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) lembrou ainda que as eleições presidenciais de outubro no Brasil "foram reconhecidas mundialmente como livres, justas e transparentes, não fazendo assim qualquer sentido as reivindicações atuais".