A publicação do artista plástico Bordalo II já gerou muita controvérsia e, para além disso, preocupações com a questão de segurança no Parque Tejo. O Sistema de Segurança Interna comunicou esclarecendo que a competência da segurança está encarregue à empresa da empreitada e respetiva empresa de segurança.
O “Habemus Pasta” foi uma “atuação” do artista em que desenrola um tapete de notas de 500 euros no palco que vai receber o Papa. O artista plástico português diz que a obra “não é um ataque direto à multinacional do Vaticano”, nem à liberdade religiosa, mas sim uma crítica aos investimentos do Governo.
Perante a liberdade que o artista teve a aceder ao local principal da Jornada, o Sistema de Segurança Interna enviou uma nota à comunicação social sobre o sucedido, justificando que apesar da área em causa ser da responsabilidade da PSP, os trabalhos de construção ainda decorrem e, por isso, a zona ainda não é considerada espaço público.
Por isto, a segurança é “da responsabilidade do empreiteiro da obra, bem como da empresa privada contratada para o serviço de segurança”.
Para além disso, com a JMJ aí à porta e com a continuidade das obras, o Sistema de Segurança Interna refere que o fluxo de construção “obriga à entrada e saída de muitos funcionários nas diferentes áreas do recinto”.
“O plano setorial de segurança do Parque Tejo só será colocado em vigor, a partir do momento em que a obra esteja concluída. Reiteramos ainda que, antes dos eventos e logo após implementação do plano setorial de segurança, será efetuada uma vistoria aos recintos por parte da PSP”, lê-se na nota.
Bordalo II
“Dizem que é um investimento que vai trazer retorno. Mas que retorno é esse? Acho que é algo tão pontual, que talvez esses valores deveriam ser investidos em algo que o retorno seja qualidade de vida para as pessoas a médio prazo, ou seja, na saúde, educação, habitação”.
Bordalo II garante que “as pessoas sentem-se muito injustiçadas”, e que ele, como artista, “tem a sorte de ter a visibilidade e os meios para fazer acontecer".
O artista explica que, para além do Estado português ser um “patrocinador oficial” do evento, com gastos elevados desde o início, a revolta “tem a ver com a derrapagem final” da organização.
“Foi um evento planeado com anos de antecedência. E há um mês do início lembram-se que estão a faltar coisas e que são necessários fazer ajustes diretos sem olhar aos preços. Quando o dinheiro é dos outros, é muito fácil as coisas serem feitas dessa forma, mas isto mostra uma grande irresponsabilidade".
Moedas
O presidente da Câmara de Lisboa negou esta sexta-feira que haja falta de segurança no palco-altar no Parque Tejo, construído para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), e defendeu que jovens como Bordalo II têm "toda a liberdade artística".