A freguesia de Belém ganhou novas cores esta semana, com as bandeiras dos países a esvoaçar pelas ruas e pelo parque Vasco da Gama. Alguns dos peregrinos levam-nas presas às mochilas, outros usam-na como capa, imitando um qualquer super herói. Na Cidade da Alegria, a música e a festa da Feira Vocacional mistura-se com o silêncio e a reflexão do Parque do Perdão, num misto difícil de explicar.
As edições anteriores da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) – de Roma (1985) a Lisboa (2023) – dão nome às ruas que compõem a chamada Feira das Vocações. Neste espaço, dezenas de congregações e organizações de solidariedade apresentam o seu trabalho aos jovens de todo o mundo. As irmãs da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias, por exemplo, usam a música para chamar a atenção aos peregrinos que passam.
A música enche o espaço e a alegria é visível, transformando o evento numa espécie de festival. Frades e freiras misturam-se entre os jovens peregrinos, com hábitos de todas as cores e diferentes feitios. No palco dos testemunhos, um frade franciscano explica a quem o quer ouvir como encontrou a sua vocação.
“Somos todos irmãos, estamos todos juntos”, prega aos jovens que se sentam em redor do palco.
Esta irmandade vê-se também na interação entre os vários que percorrem estas ruas. Há gritos: “Viva o Papa.” Há abraços e há momentos de confraternidade entre jovens de vários países. Duas portuguesas aproveitam o momento para colecionar assinaturas dos peregrinos que passam, na esperança de reunir, pelo menos, um de cada país.
De Porto Rico à Áustria, do Brasil a Espanha, os peregrinos vão de barraca em barraca para conhecer o trabalho das organizações e receber alguns brindes. O jardim tornou-se também num ponto de descanso para quem procura fazer um pequeno piquenique à sombra.
Mas a alegria contrasta com o silêncio. Se de um lado as Vocações enchem o ar de música e conversas, do outro a Capela e o Parque do Perdão convidam a momentos de introspeção e oração.