Jornada Mundial da Juventude

JMJ: estamos no ponto de partida

Opinião de Filipe Teixeira. Ainda em período de balanço sobre o que a Jornada Mundial da Juventude trouxe a Portugal, existem já algumas ideias que serão, certamente, importantes para quando a rotina tomar conta do dia-a-dia e substituir a admiração e a beleza de tudo o que se viveu em durante estes dias.
JMJ: estamos no ponto de partida
VATICAN MEDIA

Em primeiro lugar, esta JMJ foi de um sucesso inquestionável. Nem aquela opinião pública habitualmente mais pessimista foge a esta certeza.

Durante estes dias, foi impossível passar indiferente ao que os olhos viam. Há muita esperança nas imagens que ficam do Parque da Graça (Parque Tejo). Os jovens conseguem-se mobilizar por boas causas e não transportam o pessimismo acerca do futuro, mas também mostram algo importante: a dimensão espiritual é algo essencial para o seu futuro, pessoal e como sociedade. E disso não têm medo. Numa sociedade como a portuguesa que está cada vez mais envelhecida e com os jovens sem condições para formarem uma família, são sinais muito significativos que podem acrescentar futuro a muitas vidas!

De diferentes formas, quem se cruzou com uma JMJ sente que tocou a história.

Lembro-me das palavras de admiração do então presidente da Conferência Episcopal Francesa, D. Louis-Marie Billé, por ter recebido, em 1997, em Paris, mais de 1 milhão de jovens para participar na Jornada Mundial da Juventude: “passou-se aqui algo de novo. Temos de repensar muita coisa”. Será também essa atitude reformadora que o Papa Francisco deixou em Portugal? À Igreja pediu que seja aberta a “todos, todos, todos”. Há, por isso, um longo desafio pela frente que passará, em primeiro lugar, por “todos, todos, todos” os que fazem parte da Igreja serem capazes de promoverem esta abertura de que o Papa fala. Durante estes dias, vimos que há espaço para o protagonismo de todos – particularmente dos mais jovens – e que a Igreja não é uma realidade entre quatro paredes. Este é o caminho que a Igreja em Portugal tem pela frente. Sem este desígnio passará, certamente, ao lado da história de “todos, todos, todos”.

Mas há esperança no ar. A partir de tudo o que se viveu em Lisboa, sobrarão milhões de caminhos e certezas na vida de muitos. Os jovens não permanecem já no Parque Tejo. Partiram daí, apressadamente. Nas suas famílias, trabalhos, paróquias, continuarão a missão de corresponder ao modelo que o Papa Francisco lhes apontou: Jesus Cristo. E disso, não têm medo! A JMJ Lisboa 2023 começa agora!