Depois de o Patriarcado ter desmentido o chefe de Estado, o Presidente Marcelo revelou que o que mais o choca neste momento é o projeto previsto para um segundo palco. Sim, há mais um palco. Vai ser instalado no Parque Eduardo VII, avança o jornal Expresso. E também terá um custo significativo: entre um milhão e meio e dois milhões.
Face a estes custos, Marcelo Rebelo de Sousa sugere que em vez disso seja montado no Parque Eduardo VII o que designa por "altarzinho".
Será aqui que vai decorrer a missa de abertura das Jornadas, presidida pelo Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, a 1 de agosto.
O Expresso explica que este segundo palco está a ser projetado como um plano B, para o caso de não ser possível celebrar a missa final no Parque Tejo - o que faz com que tenha vindo a ser pensado com uma dimensão superior ao necessário.
Terá torres com 27 metros de altura onde é suposto ter pessoas a cantar e a dançar. Além do valor, há outro problema com este segundo palco. Ao contrário da obra no Parque Tejo, o já famoso altar-palco, este não ficará para o futuro.
As Jornadas Mundiais da Juventude vão acontecer não em um ou dois, mas sim em cinco palcos:
- Parque Tejo (onde estará o polémico altar-palco)
- Parque Eduardo VII
- Terreiro do Paço
- Alameda d. Afonso Henriques
- Parque da Bela Vista
Nestes três últimos, a ideia é fazer palcos mais pequenos, mas ainda nada está contratualizado.
Os gastos do Estado e da Igreja
Bernardo Ferrão e Ângela Silva analisam as recentes polémicas sobre os custos do Estado - com o dinheiro dos contribuintes - e da Igreja - que ainda não se conhecem - para as Jornadas Mundiais da Juventude.
“É possível encontrar soluções quando se quer poupar os contribuintes”, afirma Ângela Silva, após se confirmar que Madrid organizou as jornadas sem o dinheiro dos contribuintes
O palco megalómano
A Câmara Municipal de Lisboa (CML) adjudicou por ajuste direto a construção do palco-altar da JMJ, que vai custar mais de cinco milhões de euros, o que motivou queixas de "falta de transparência" por parte da oposição ao executivo de Carlos Moedas.
José Sá Fernandes, nomeado pelo Governo para coordenar o grupo de projeto das Jornadas Mundiais da Juventude, assume que foi surpreendido pelo valor da obra e que havia opções mais económicas.
"Podia haver soluções bastante mais baratas. A solução primeira era substancialmente mais barata. Eu fico surpreendido por ser uma coisa de 5 milhões. (...) a diferença é de dois milhões", conta José Sá Fernandes.
Segundo o Expresso, Marcelo considerou que Carlos Moedas foi “politicamente imprudente” pelo valor milionário previsto para o palco-altar.
A Jornada Mundial da Juventude será de dia 1 a dia 6 de agosto deste ano, contando com a visita do papa Francisco e milhões de jovens em Lisboa.