A organização do Mundial do Qatar pediu desculpa a uma estação de televisão dinamarquesa, cuja transmissão em direto foi interrompida por funcionários que ameaçaram partir o equipamento de filmagem.
Jornalistas do canal TV2 "foram erroneamente interrompidos" no final da noite de terça-feira, reconheceu o Comité Supremo para a Entrega e Legado do Mundial do Qatar, através de uma declaração.
"Após inspeção da credenciação válida do torneio e da licença de filmagem da tripulação, foi apresentado um pedido de desculpas ao organismo de radiodifusão pela segurança no local, antes da equipa retomar a sua atividade", informaram os organizadores.
O repórter Rasmus Tantholdt estava em direto para um programa de informação da Dinamarca quando três homens o abordaram e tentaram bloquear a câmara.
"Está a ameaçar-nos?"
"Convidaram o mundo inteiro a vir aqui, porque não podemos filmar? É um lugar público", proferiu Tantholdt ao ser interrompido. "Pode partir a câmara, quer parti-la? Está a ameaçar-nos ao partir a câmara?", continuou o jornalista
O incidente, que aconteceu cinco dias antes do início do campeonato do mundo, fez ressurgir um assunto que tem sido sensível para os organizadores do torneio, que têm vindo a negar as alegações de que existem limites rigorosos sobre onde os meios de comunicação internacionais podem filmar no Qatar.
A organização da prova disse ter falado mais tarde com Tantholdt e posteriormente "emitiram um parecer a todas as entidades para respeitarem as licenças de filmagem em vigor para o torneio".
A Federação de Futebol da Dinamarca tem sido também uma das maiores críticas do Qatar, em matérias como os direitos humanos e o tratamento dos trabalhadores mal remunerados que foram necessários para a construção de grandes projetos para o Mundial.
Os jogadores dinamarqueses usarão camisolas de jogo com os logótipos do fabricante e da seleção pouco visíveis.
A camisola alternativa será preta como "a cor do luto", em homenagem aos trabalhadores da construção civil que morreram no Qatar nos últimos anos.