Uma das maiores marcas de supermercados alemã suspendeu a publicidade com a federação de futebol do país devido à polémica das braçadeiras no Mundial do Qatar.
A empresa - a REWE - diz que foi “obrigada a distanciar-se o mais possível da FIFA”, depois desta proibir os jogadores de usar as braçadeiras "One Love", símbolo da luta contra a discriminação da comunidade LGBTQIA+ naquele país asiático.
“Nós defendemos a diversidade e o futebol também é diversidade. A postura escandalosa da FIFA é totalmente inaceitável para mim, como CEO de uma empresa que defende a diversidade e como adepto de futebol'', disse Lionel Souque, CEO da Rewe, em declarações ao Bild.
A polémica das braçadeiras ganhou relevância quando sete federações europeias - nas quais não se incluía a portuguesa - se uniram no sentido de utilizar uma braçadeira com a inscrição One Love, em alusão à igualdade, mas que a FIFA avisou não ser possível, falando mesmo de sanções.
Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos e Suíça dispensaram os seus capitães do uso da braçadeira, face à possibilidade de serem penalizados, mas referiram estar "frustrados" com a inflexibilidade demonstrada pela FIFA.
Alemanha avalia resposta à proibição da FIFA
A Federação de Futebol da Alemanha (DFB) vai avaliar as possíveis ações contra a proibição da FIFA de serem usadas braçadeiras 'One love".
"A FIFA proibiu-nos de dar um sinal de diversidade e direitos humanos. Brandiu ameaças massivas de sanções desportivas, sem concretizá-las", lamentou um porta-voz da DFB.
De acordo o jornal Bild, a DFB pode recorrer ao Tribunal Arbitral do Desporto para tentar contrariar a proibição da FIFA: o organismo sedeado em Lausana confirmou ainda nada ter recebido quanto a este assunto.
Ao mesmo diário alemão, o ministro germânico responsável pelo desporto lamentou o "grande erro da FIFA", considerando que "é de partir o coração de todos os adeptos ver como a FIFA está a lidar com este conflito nas costas dos jogadores".
Um porta-voz do Tribunal Arbitral do Desporto referiu que não há precedentes do organismo se ter manifestado em situações análogas, considerando que o caso deve seguir, primeiro, para o comité de apelo da própria FIFA.