Operação Lex

"Se são os bilhetes que se ofereciam, então toda a gente era subornada pelo Benfica"

As explicações e garantias de Luís Filipe Vieira sobre a Operação Lex.

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Luís Filipe Vieira negou esta quinta-feira ter pedido alguma coisa a Rui Rangel ou subornado o antigo juiz desembargador, e afirmou estar “completamente de consciência tranquila” porque “não cometeu nenhum crime. ”

As declarações do antigo presidente do Benfica foram feitas à saída do Supremo Tribunal de Justiça, onde começou esta quinta-feira o debate instrutório do processo Operação Lex.

Aos jornalistas, Vieira negou que os bilhetes oferecidos eram um suborno: "Se são bilhetes que se ofereciam por jogo, então estava toda a gente subornada pelo Benfica".

Disse ainda desconhecer o processo, que tem 17 arguidos e no qual está acusado de um crime de recebimento indevido de vantagem em coautoria com Fernando Tavares e com o advogado Jorge Rodrigues Barroso.

Sobre a operação Cartão Vermelho, outro processo em que está envolvido, Vieira disse apenas: "Fui detido sem nenhuma prova".

A operação Lex

O processo Operação Lex foi conhecido a 30 de janeiro de 2018, quando foram detidas cinco pessoas e realizadas mais de 30 buscas.

Teve origem numa certidão extraída do caso Operação Rota do Atlântico, que envolveu o empresário de futebol José Veiga, suspeito de crimes de corrupção no comércio internacional, branqueamento de capitais, fraude fiscal e tráfico de influências.

Entre os acusados encontram-se três antigos desembargadores -- Rui Rangel (expulso pelo Conselho Superior da Magistratura), Fátima Galante (ex-mulher de Rangel e aposentada compulsivamente pelo órgão de gestão e disciplina dos juízes) e Luís Vaz das Neves (ex-presidente do TRL, entretanto jubilado) --, bem como o ex-presidente do Benfica Luís Filipe Vieira, o vice-presidente "encarnado" Fernando Tavares e o empresário José Veiga.

Em causa neste processo estão os crimes de corrupção passiva e ativa para ato ilícito, recebimento indevido de vantagem, abuso de poder, usurpação de funções, falsificação de documento, fraude fiscal e branqueamento.