O Tribunal de Instrução Criminal considera que Carlos Santos Silva corrompeu Sócrates com 1,7 milhões de euros, em pequenas quantias. Mas o crime já prescreveu. Dos dois alegados testa de ferro do antigo primeiro-ministro, apenas um vai a julgamento.
Eram considerados pelo Ministério Público os dois testa de ferro de José Sócrates: o primo José Paulo Pinto de Sousa e o velho amigo Carlos Santos Silva. Nenhum compareceu à decisão instrutória.
O primeiro era acusado de entregar nove milhões de euros ao antigo primeiro-ministro através de várias offshores e contas bancárias, algumas na Suíça, a pedido do primo e a troco de dinheiro.
O objetivo, diz o procurador Rosário Teixeira, era ocultar a respetiva origem e destinatário. José Paulo Pinto de Sousa estava acusado de dois crimes de branqueamento de capitais em coautoria com José Sócrates e outros três arguidos. Ambos os crimes caíram.
Quanto a Carlos Santos Silva, ex-administrador do Grupo Lena, tinha sobre os ombros 33 crimes: corrupção ativa e passiva de titular de cargo público, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal qualificada.
Os crimes de corrupção e de fraude fiscal caíram. Mantiveram-se ainda assim três crimes de branqueamento de capitais em coautoria e outros três de falsificação de documentos. Em causa estão verbas de 1,7 milhões de euros, alegadamente entregues pelo empresário.
O juiz de instrução Ivo Rosa considera que Carlos Santos Silva corrompeu Sócrates, mas o crime prescreveu. À saída do tribunal, a advogada de Carlos Santos Silva não quis reagir.
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