Operação Marquês

"O Ministério Público não dá uma para a caixa": José Sócrates nega acordo com Armando Vara

José Sócrates diz que mostrou reservas na nomeação de Armando Vara para a Caixa Geral de Depósitos, para contrariar a acusação do Ministério Público de que houve um conluio entre os dois para beneficiar o empreendimento Vale do Lobo. Ao oitavo dia de julgamento, também se viajou até à Venezuela.

O ex-primeiro-ministro José Sócrates, o principal arguido da Operação Marquês, chega ao Tribunal Central Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça, em Lisboa, Portugal, no dia 4 de setembro de 2025.
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Quando, em 2008, visitou a Venezuela durante 3 dias, Sócrates levou um batalhão de empresários e a vontade de fechar negócios no país. O Ministério Público vê na visita oficial mais uma tentativa de favorecer o grupo Lena, num contrato de construção de casas.

Da parte da tarde, o julgamento voltou a Portugal, mais precisamente ao resort de Vale do Lobo. Segundo o Ministério Público, o financiamento da Caixa Geral de Depósitos rendeu dois milhões de euros em luvas a Armando Vara e José Sócrates.

Uma mentira, assegura o antigo primeiro-ministro, que achou importante dizer ao tribunal que até ficou de pé atrás quando o ministro das Finanças lhe propôs Vara para a administração do banco público.

A versão do arguido vai poder ser testada, quando for ouvida a testemunha António Costa. Sócrates garante que também lhe contou as reservas que terá tido quanto à ida de Armando Vara para a Caixa.