Os empresários de Vale do Lobo insistem que não corromperam José Sócrates nem Armando Vara. A Operação Marquês continua em julgamento e, até agora, não há previsão para o regresso do antigo primeiro-ministro ao tribunal.
O tribunal ainda não sabe quando será a viagem de Sócrates, nem a duração ou a data de regresso. Sabe-se apenas que deverá voltar após os compromissos académicos no Brasil. No entanto, até agora, não chegou nenhuma nova informação ao processo.
A Operação Marquês não espera e, na 13.ª sessão, voltou a centrar-se no capítulo Vale do Lobo, chamando o arguido Rui Horta e Costa para prestar declarações.
O antigo administrador do empreendimento algarvio está acusado, juntamente com Diogo Gaspar Ferreira, de corromper José Sócrates e Armando Vara: um milhão de euros para o então primeiro-ministro e outro milhão para o antigo administrador da Caixa Geral de Depósitos, em troca da aprovação de um empréstimo de 200 milhões de euros.
Após ouvir o sócio de Horta e Costa negar as acusações de corrupção, o arguido manteve exatamente a mesma versão. Lembrou-se de uma reunião com Armando Vara, mas, quando questionado pela juíza sobre a possível necessidade de “conforto político”, garantiu que isso nunca aconteceu.
A juíza insistiu, mas o arguido manteve a mesma resposta, dizendo que não houve qualquer conversa sobre “contactos especiais” para ajudar no crédito.
Horta e Costa reiterou que Armando Vara nuca sugeriu, solicitou ou deu a entender qualquer compensação monetária ou outra.
O antigo administrador da Caixa Geral de Depósitos e ex-ministro de António Guterres ainda não decidiu se vai prestar depoimento em tribunal, mas nesta quarta-feira esteve bem perto disso.
Durante a pausa para o almoço, ao meio-dia e meio, esteve no tribunal, mas almoçou com o seu advogado, sem se aproximar da sala de audiências.