Em comentário na SIC Notícias, Bernardo Ferrão refere que não esperava reviravolta na votação do Orçamento do Estado e prevê um futuro de fragmentação e ataque mútuo entre o Partido Socialista e os partidos de Esquerda.
O comentador da SIC refere que não esperava outro resultado que não o chumbo, desta quarta-feira, do Orçamento do Estado para 2022, visto que "os sinais estavam todos lá e se perceberam há algum tempo".
"O PCP tinha mudado a forma como se estava a comportar perante este Orçamento, e não ia aceitar porque durante seis anos suportou o Governo de António Costa, ajudou a haver estabilidade, até permitiu um excedente orçamental, e o Governo não dar alguma coisa ao PCP, sobretudo nesta negociação, fez com que, somado ao resultado nas eleições autárquicas e à instabilidade interna no PCP, se fechasse um ciclo", diz.
Para Bernardo Ferrão, "o PCP tinha a chave na mão", pois foi quem criou a Geringonça e quem lhe colocou um ponto final.
O comentador prevê, assim, que existirá um ataque mútuo entre a Esquerda, com acusações de António Costa ao PCP e ao Bloco de Esquerda, "com um discurso de vitimização e a jogar no terreno dos partidos de Esquerda para ir buscar votos".