A Federação dos Sindicatos da Administração Pública (Fesap), da UGT, desconvocou as greves marcadas até 25 de novembro. A Fesap apela ao Presidente da República para desbloquear o quanto antes a situação politica do país.
As greves dos trabalhadores do Estado agendadas até novembro foram desconvocadas. Contudo, os sindicatos não pretendem abdicar de mais vencimento e menos impostos. Com o Produto Interno Bruto a crescer, os sindicatos reclamam medidas que igualem Portugal aos outros países da União Europeia.
A Fesap anunciou também que pediu ao Governo uma reunião para esclarecer o futuro do aumento do salário mínimo nacional.
O objetivo da reunião com o Governo, disse ainda, é o de "esclarecer", num cenário de governação por duodécimos, "se há vontade política do executivo e espaço de manobra orçamental" para um aumento do salário mínimo por decreto-lei, depois de negociado em sede de Concertação Social.
O líder da Fesap, José Abraão, disse ainda que, nesta fase, a Fesap "não se quer meter, nem interferir naquela que é a disputa eleitoral", em resultado de o parlamento ter chumbado na quarta-feira, na generalidade, o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) com os votos contra do PSD, BE, PCP, CDS-PP, PEV, Chega e IL, abrindo caminho a eleições legislativas antecipadas.
O PS foi o único partido a votar a favor da proposta orçamental, que mereceu as abstenções do PAN e das duas deputadas não-inscritas, Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.
Antes da votação, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, avisou que perante um chumbo do OE2022 ia iniciar "logo, logo, logo a seguir o processo" de dissolução do parlamento e de convocação de eleições legislativas antecipadas.
Para dissolver a Assembleia da República, o Presidente, que ouviu no sábado os partidos parlamentares, vai reunir-se com o Conselho de Estado na quarta-feira.