A terminar a semana, em que deu entrada na Assembleia da República a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, o ministro das Finanças deixa, em entrevista ao semanário Expresso, a garantia de que “solução para baixar custos do crédito à habitação vai ser conhecida nas próximas semanas”.
Segundo o Expresso, essa solução está a ser trabalhada com o Banco de Portugal, mas há desde já duas certezas: “medidas transversais ou benefícios fiscais fora de questão”.
Nesta entrevista, Fernando Medina fala ainda sobre outros temas como a “redução da dívida, riscos do cenário macroeconómico, estratégia para as empresas e a sucessão de António Costa”.
Euribor a subir: prestações aumentam entre 150 e 211 euros
As taxas Euribor continuam a subir e a previsão é de que este cenário se agrave. A título de exemplo, este mês, quem for alvo de uma revisão vai pagar entre 150 e 211 euros a mais, mas tudo depende da taxa que contratou.
A taxa que mais tem subido é a Euribor a 12 meses. Se há um ano estava ligeiramente negativa, agora ultrapassa os 2,3%.
Tendo como exemplo um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos, com um spread de 1%, que em outubro de 2021 pagava 450 euros de prestação, com a revisão deste mês, passa a pagar 661 euros - mais 211 euros.
No caso da Euribor a 6 meses, a mais usada em Portugal, em abril também estava negativa mas em apenas meio ano subiu para praticamente 2%.
Quem estiver nesta situação, com um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos e um spread de 1%, pagava em abril 482 euros mensais e vai passar a pagar 632 euros - mais 150 euros. E se a taxa chegar aos 3%, a mensalidade chegará aos 716 euros, mais 234 euros.
Antecipando mais subidas, o Governo anunciou algumas medidas de apoio às famílias para o próximo ano. Além de poder descontar menos IRS todos os meses, vão ser lançadas em breve condições e modalidades específicas para que quem tem crédito à habitação possa renegociá-lo com o banco, de forma a evitar incumprimentos.