Orçamento do Estado

BE vai repetir voto contra na votação final global do Orçamento do Estado para 2023

Resolução da Mesa Nacional, órgão máximo do partido entre convenções, foi aprovada por unanimidade.

BE vai repetir voto contra na votação final global do Orçamento do Estado para 2023
RODRIGO ANTUNES
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O Bloco de Esquerda afirmou este sábado que irá repetir, na votação final global da próxima sexta-feira, o voto contra o Orçamento do Estado para 2023, tal como tinha feito na generalidade.

"Este é um orçamento que aumenta o empobrecimento e as desigualdades em Portugal (...) Este foi o orçamento que o PS quis fazer com todos os dados em cima da mesa e em que quem vive do seu trabalho vai perder poder de compra no próximo ano, e não há qualquer mecanismo de controlo de preços", justificou a coordenadora do BE, Catarina Martins, na conferência de imprensa após a Mesa Nacional do partido.

A resolução da Mesa Nacional, órgão máximo do partido entre convenções, foi aprovada por unanimidade.

Catarina Martins defendeu que, neste Orçamento, o Governo já não pode dizer que foi surpreendido pela conjuntura internacional, considerando que "não há novidades na guerra ou no ciclo da inflação".

"O PS continua a achar que os salários são o que determina a inflação, não é verdade, até porque têm vindo a perder. O que tem vindo a determinar o aumento da inflação é o aumento dos lucros", considerou, com o BE a defender como alternativa "o aumento de salários e das pensões" e uma maior responsabilização das empresas.

A coordenadora do BE acrescentou que o Governo deu "um passo cujo alcance ainda fica por perceber" ao apresentar uma taxa extraordinária e temporária de 33% sobre os setores da energia e da distribuição alimentar, mas apenas "a reboque" do que foi determinado pela União Europeia e "nos mínimos" do que as instituições comunitárias permitiam.

"O Governo começou por negar a existência de lucros excessivos, a União Europeia decidiu uma taxação mínima e, agora, já fora do âmbito do Orçamento do Estado, aparece uma proposta sobre essa matéria", afirmou, dizendo que o partido ainda vai "estudar com cuidado" os diplomas que deram entrada no parlamento na sexta-feira à noite.