Orçamento do Estado

PCP acusa Governo de "fugir como o diabo da cruz" da valorização de salários e pensões

A líder parlamentar do PCP acusa o Executivo de António Costa de querer “esconder a perda de poder de compra dos trabalhadores e também dos reformados”.

PCP acusa Governo de "fugir como o diabo da cruz" da valorização de salários e pensões
MIGUEL A. LOPES

O PCP acusou, esta terça-feira, o Governo de "fugir como o diabo da cruz" da valorização de salários e pensões e de "empurrar com a barriga" os problemas do país, e defendeu que o PS assumiu uma "política de direita".

"Foi aqui afirmado pelo Governo que a oposição não fala de salários, mas quem foge como o diabo da cruz de uma efetiva valorização dos salários e das pensões, necessária para enfrentar o aumento do custo de vida, é o Governo", declarou a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, no encerramento do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2024.

A deputada comunista acusou o Executivo de António Costa de querer "esconder a perda de poder de compra dos trabalhadores e também dos reformados, tal como quer esconder as suas responsabilidades na degradação das condições de vida do povo".

"Insiste que o Orçamento aposta no investimento público, iludindo que, para lá de manifestamente insuficiente, o que se sabe é que mesmo parte deste fica por executar, como se tem visto a cada ano que passa", referiu.

“Empurrar os problemas com a barriga, como o Governo faz, só os agravará”

Para Paula Santos, "prudência, cautela e responsabilidade é não deixar para amanhã o que pode e deve ser feito hoje".

"Empurrar os problemas com a barriga, como o Governo faz, só os agravará, e isso não é proteger o futuro. Só quem não tem noção das dificuldades que trabalhadores e povo enfrentam pode ter como política o adiamento das respostas e soluções necessárias", disse.

A líder parlamentar do PCP acusou a maioria absoluta do PS de "tomar nas mãos" uma política de direita, tirando "o discurso aos partidos à sua direita, que revelaram dificuldades acrescidas no debate, recorrendo sistematicamente a elementos de distração para ocultar o seu acordo com o favorecimento dos grupos económicos e das multinacionais".

"Viu-se alguma indignação do PSD, da IL ou do Chega com o fim da contribuição extraordinária sobre os lucros do setor energético ou da grande distribuição? Ou viu-se alguma indignação com o alargamento dos benefícios fiscais para as grandes empresas?", perguntou.

PCP acusa direita de beneficiar grande empresas

Em contraponto, Paula Santos disse que aqueles três partidos "trouxeram novamente a conversa sobre a 'brutal carga de impostos'", referindo que o fazem porque "o que verdadeiramente querem é a redução dos impostos para as grandes empresas".

"Como porta-vozes dos grupos económicos, provavelmente só descansarão quando o capital não pagar um euro que seja de imposto", frisou.

Segundo a líder parlamentar do PCP, "esta operação dos partidos de direita tem como objetivo promover mais injustiças fiscais, degradar serviços públicos para avançar com a sua privatização e conter o aumento dos salários".