Depois de se vacinar num centro de saúde em Lisboa, o Presidente Marcelo disse que "já todos perceberam" qual é o seu objetivo político: é que haja Orçamento do Estado, por considerar que qualquer solução política que não passe por essa viabilização "é má" para o país.
“Hoje acho que é um dia feliz” começou por dizer, referindo-se à reunião já agendada entre os dois líderes dos principais partidos, Luís Montenegro (PSD) e Pedro Nuno Santos (PS), porque, prosseguiu, “tenho um objetivo político, que não é meu é do país: que haja um Orçamento”.
“Com eleições americanas, que ninguém sabe quem vai ganhar e o que vai ser a política a seguir, com a Europa a não recuperar economicamente e a Alemanha a patinar, com as nossas exportações a sofrerem por causa disso, com tanta interrogação quanto às guerras, com tanta dúvida sobre a economia não vale a pena levantar mais um problema”, sustentou.
Além de o país “dispensar crises”, o chefe de Estado reforçou que “se não houver Orçamento, há crise política e económica, os partidos fizeram promessas que implicam orçamento, portanto não haver significa que nenhuma daquelas promessas vai ser cumprida e ficam expectativas por cumprir”.
Mas, concluiu: “Eu continuo fisgado nessa de que vai haver [OE]", até porque, alertou, "qualquer solução que não seja passar o Orçamento é má”.
Reunião marcada após troca de acusações
A primeira reunião entre o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, para debater o OE 2025 foi marcada para a próxima sexta-feira, dia 27 às 15:00.
A informação foi transmitida por fonte do Executivo cerca de uma hora depois de o primeiro-ministro ter enviado um comunicado às redações a acusar o secretário-geral do PS de "indisponibilidade recorrente" para uma reunião sobre o documento, alegando que está a tentar marcar uma reunião com Pedro Nuno Santos sobre o Orçamento do Estado para 2025 desde 4 de setembro.
Em resposta, o líder do PS acusou o Governo de provocar os socialistas com um "comunicado inaceitável" sobre o processo negocial do Orçamento do Estado para 2025 e querer criar uma "indesejável instabilidade política", rejeitando alimentar "discussões infantis e estéreis".