Depois de o Governo ter pré-aprovado a proposta de Orçamento do Estado para 2025, que terá de entregar no Parlamento ainda esta semana, o politólogo Bruno Costa explica os cenários que estão agora em cima da mesa e que podem incluir os dois maiores partidos da oposição: o PS e o Chega.
Na edição da manhã da SIC Notícias, o politólogo aponta que "o que estava previsto vai-se confirmar", referindo-se à "negociação até à última hora - entre PS e PSD - para pressionar a outra parte para aceitar um meio termo".
Nota que será "interessante" perceber se a Aliança Democrática (AD) "vai jogar a cartada dos relatórios internacionais" que validam a redução do IRC:
"Sabemos que o objetivo do PSD é reduzir ao longo da legislatura até 15%. Poderá haver aqui o abdicar da parte do Governo deste objetivo transversal e haver aqui um meio termo, que neste caso corresponderia apenas à redução de 1%."
O que já se sabe sobre o Orçamento do Estado para 2025?
O grupo parlamentar do Partido Socialista reúne esta terça-feira para, na opinião de Bruno Costa, preparar a abstenção na votação do Orçamento do Estado para 2025, de forma a evitar a "crise política e a crise económica que o país poderia enfrentar"
"Parece-me que Pedro Nuno Santos será fortemente aconselhado no seu grupo parlamentar e no seu núcleo duro a encontrar aqui uma narrativa de que o PS tudo fez para melhorar esta proposta de Orçamento e, com base nessas melhorias, dá aqui a abstenção ao Orçamento em nome do país e dessa estabilidade", defende.
Também o Chega tem marcada para esta terça-feira uma reunião de emergência. Mas, se as negociações entre o PSD e o PS evitarem uma crise política, em que posição fica o partido liderado por André Ventura?
O politólogo acredita que Ventura irá negociar com o grupo parlamentar "duas narrativas":
"A primeira, se houver acordo, de que, de facto o Chega tornou-se no principal partido da oposição (...) Se, de facto, as negociações não chegarem a bom porto, André Ventura também não deixará de utilizar uma cartada de se assumir como o adulto na sala (...) em nome dessa estabilidade e considerando a aplicação de um conjunto de compromissos para o próximo ano o Chega poderá admitir viabilizar o Orçamento do Estado", refere.