Orçamento do Estado

Análise

Saúde, Educação e Defesa: como tem evoluído o investimento público nestas áreas-chave?

O economista João Duque lembra que a evolução do investimento na Saúde, em Portugal, "tem acompanhado a evolução da população", que "vai envelhecendo, vai exigindo mais cuidados e vai aumentando o número de atendimentos, consultas e rastreios."

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A Saúde representa um gasto crescente nas contas públicas, devido ao envelhecimento da população. Por outro lado, na Educação espera-se que o número de alunos aumente nos próximos anos, prevê João Duque, economista e comentador da SIC.

Antes de o país saber ao pormenor o que vai trazer o Orçamento do Estado, João Duqueolha para o que aconteceu, nos últimos 10 anos, em áreas-chave.

Saúde

O economista inicia a sua análise lembrando que a evolução da Saúde, em Portugal, "tem acompanhado a evolução da população" que, prossegue, "vai envelhecendo, vai exigindo mais cuidados e vai aumentando o número de atendimentos, consultas e rastreios."

"É uma resposta natural a um grupo de eleitores que é cada vez mais importante e que já está numa fase avançada da vida e, portanto, vamos continuar com certeza a ver aumentar o peso das despesas de saúde."

Diz ainda que, desde 2013, a despesa em Saúde aumentou "apenas" cerca de 3%, o que, ainda assim, representa gastos na ordem dos "milhares de milhões de euros."

Educação

Em situação oposta encontra-se a área da Educação que, ao longo dos últimos 10 anos, tem perdido investimento, um fenómeno que o comentador dizer ser "natural", uma vez que "temos menos jovens para educar."

"Temos aqui uma alteração do peso da Educação que, a meu ver, é de contestar do ponto de vista da estratégia de país. Queremos ou não queremos que a educação, nomeadamente no Ensino Superior, mude e se volte mais para um setor que tem tido mais expansão, credibilidade e resultados?", questiona.

Há "um outro fator que é provável" que contribua para o crescimento da população em idade escolar:

"A dinâmica dos novos imigrantes vem trazer, futuramente, uma alteração da população jovem porque, com os imigrantes, os que vêm são jovens."

Defesa

Já no que toca à Defesa, João Duque assume que o investimento não tem sido uma prioridade nos últimos anos, um facto que, devido a todos os conflitos a que se assiste atualmente, deve ser "repensado":

"Não são despesas que me agradem, mas é um sentimento de necessidade e de uma pertença a um coletivo. Temos de fazer um esforço, muito provavelmente, para fazer crescer as despesas na Defesa."

Sobre o Orçamento do Estado para 2025, que será conhecido esta quinta-feira, o comentador não acredita que as três áreas acima referidas serão reforçadas.