O Partido Comunista Português (PCP) apoia o aumento das pensões, embora considere que a proposta do Partido Socialista (PS) é insuficiente. Os comunistas queriam ir mais longe, com uma subida de 5%.
A oposição prepara-se para aprovar um aumento extra das pensões, na fase de especialidade, contra a vontade do Governo. O PS propõe um aumento de 1,25% nas pensões para quem ganha até 1566 euros mensais, embora o Partido Social Democrata (PSD) preferisse fazer apenas um pagamento extraordinário aos pensionistas, no próximo ano, e só se houvesse folga nas contas para tal.
Em declarações aos jornalistas, esta quinta-feira, na Assembleia da República, a líder parlamentar comunista, Paula Santos, garantiu que “não é pelo PCP que que a proposta [do PS] não será aprovada”.
A proposta já tem, de resto, aprovação garantida, depois de o Chega ter anunciado que vai abster-se na votação da mesma, viabilizando-a.
“Há condições para mais”
Paula Santos alerta, contudo, para a “necessidade de ir mais longe”.
"A proposta do Partido Socialista é, de facto, bastante insuficiente, face à situação em que vivemos no nosso país, de crescentes dificuldades, em que as reformas são, de facto, bastante baixas”, defendeu a líder da bancada parlamentar do PCP.
Para Paula Santos, é preciso dar um passo maior, até porque, sustenta, “há condições económicas para o fazer”. “Aquilo que o Orçamento do Estado revela é exatamente isso, porque o Governo abdica de receitas para favorecer os grupos económicos”, atirou.
O PSD pediu, entretanto, à Unidade Técnica de Apoio Orçamental para avaliar o impacto da proposta do PS nas contas públicas. Os socialistas falam num custo de 265 milhões de euros, dentro da margem orçamental.
A votação final do Orçamento do Estado para 2025 acontece na próxima semana, a 29 de novembro.