Primeira Liga

Sporting lamenta a "chacota internacional" no FC Porto-Arouca

Os “leões” congratularam a decisão anunciada pelo Conselho de Arbitragem de divulgar as comunicações dos árbitros mensalmente. A direção liderada por Frederico Varandas disse ainda aguardar os avanços na proposta da criação de um órgão independente de arbitragem.

Jogo entre FC Porto e Arouca
Jogo entre FC Porto e Arouca
FERNANDO VELUDO

O Sporting reagiu esta segunda-feira, em comunicado, às polémicas do FC Porto-Arouca, que ficou marcado pela quebra de comunicações áudio e vídeo no videoárbitro (VAR), no Estádio do Dragão.

Os “leões” lamentaram a “chacota internacional” que as ações do jogo proporcionaram, considerando urgente a "ação necessária para a recuperação da imagem do futebol português".

A direção liderada por Frederico Varandas criticou ainda a atitude de alguns jogadores no decorrer do jogo, num “comportamento antidesportivo que evidencia uma total falta de respeito pelos árbitros e restantes jogadores”, originando uma “descredibilização do futebol português, tornando impossível a valorização de mesmo”.

O Sporting congratulou a decisão anunciada pelo Conselho de Arbitragem de divulgar as comunicações dos árbitros mensalmente, reiterando que aguarda os avanços na sua proposta da criação de um órgão independente de arbitragem.

O comunicado do Sporting

O Sporting Clube de Portugal emite este comunicado em nome da urgência de ação necessária para a recuperação da imagem do futebol português.

Os caricatos contornos que o jogo de ontem entre FC Porto e FC Arouca atingiu, empurraram o futebol português para uma chacota internacional que não merece, e à qual acresce a agravante de terem por base um comportamento recorrente, por parte de atores recorrentes, num papel repetitivo.

Apesar da inegável qualidade técnica dos jogadores intervenientes, assistimos, jogo após jogo, ao mesmo modus operandi de sempre.

Ontem, em período de descontos, todos tiveram a oportunidade de constatar três simulações de faltas inexistentes e passíveis de provocar uma decisão errada da equipa de arbitragem.

É um comportamento antidesportivo que evidencia uma total falta de respeito pelos árbitros e restantes jogadores.

Comportamento que tem de ser sancionado de imediato, conforme determinado nos regulamentos e nas Leis do Jogo, e que não pode subsistir numa competição sã.

Perante as imagens dos lances em questão, não duvidamos que um jogador deveria ter sido expulso por acumulação de amarelos neste jogo, tal como deveria ter sido expulso em muitos outros em que faz o mesmo.

Sofrem as equipas de arbitragem. Sofre a credibilização do futebol português, tornando impossível a valorização de mesmo.

É também urgente escrutinar ao ínfimo detalhe o porquê de uma falha de corrente elétrica no VAR num período tão crucial para o desfecho do jogo.

Para evitar que os árbitros sejam negativamente influenciados por um clima de pressão e intimidação que não pode ser normalizado, que restantes jogadores, equipas técnicas, e dirigentes criam de forma reincidente jogo após jogo, ano após ano, é necessário punir devida e seriamente estes comportamentos.

É a única forma de proteger os árbitros e a arbitragem.

O Sporting CP optará sempre por defender a integridade do jogo, lutando pelo fim de todos e quaisquer comportamentos que não contribuam para facilitar o cumprimento das regras dentro de campo.
É a nossa forma de estar e viver o desporto. Deveria ser a de todos.

Ficámos sozinhos quando apresentámos a proposta de divulgação dos áudios do VAR. E ficou o futebol português sozinho num caminho que já foi seguido por outros países com comprovado sucesso.
É por isso com enorme satisfação que felicitamos a decisão anunciada hoje pelo Conselho de Arbitragem de, finalmente, divulgar as comunicações mensalmente. Esperamos que no futuro sejam em tempo real como no rugby.

E é com igual anseio que aguardamos os avanços da nossa proposta da criação de um órgão independente de arbitragem.

Apelamos a todos aqueles que no mesmo se revejam, que se unam pelo mesmo desígnio.

“Para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados”