O noroeste da Síria, na fronteira com a Turquia, foi violentamente afetado pelo sismo desta segunda-feira. Por se tratar de um país devastado pela guerra, teme-se que o número de vítimas mortais seja maior do que o apurado.
Em Jandaris, na província de Aleppo, uma réstia de esperança extingue-se no momento em que as equipas de salvamento resgatam o corpo do filho recém-nascido de um homem. Mais à frente, outra criança foi encontrada sem vida sob a pilha de escombros.
“Estou à espera que tirem os corpos do meu irmão e da família dele, ele e os seus sete filhos. Tiraram alguém, mas não era nenhum deles”, conta o cidadão sírio Hamdo al Sheikh.
Onze anos de guerra civil debilitaram edifícios, muitos já de si de construção precária.
Socorristas voluntários, que na fase mais aguda da guerra ficaram mundialmente conhecidos - os capacetes brancos - acumularam experiência de resgate durante os bombardeamentos.
Sabe-se que pelo menos mil pessoas morreram na Síria devido ao sismo desta segunda-feira e as réplicas podem multiplicar as vítimas.
“Sabemos que há centenas de pessoas nos escombros. A situação é muito má, precisamos de ajuda urgente”, apelou o cirurgião Majdi Ibrahim.
A magnitude do abalo fez desabar um número indeterminado de edifícios na região noroeste da Síria. Não foram construídos para aguentar abalos sísmicos, menos ainda desta dimensão.
A região afectada pelo terramoto é controlada por forças rebeldes, que se opõem ao regime de Bashar al Assad, mas Damasco enviou militares para o local. Unem agora esforços para tentar salvar quem ainda resiste sob os escombros.
“Pedimos misericórdia para as vítimas e rápida recuperação para os feridos”, afirmou o ministro do Interior da Síria, Mohammad Khaled al-Rahmoun.