Sismo na Turquia e Síria

Sismo na Turquia e Síria: "Número total de mortos pode ser muito superior"

O correspondente da SIC no Médio Oriente, Henrique Cymerman, analisa a situação na Turquia e na Síria no rescaldo dos terramotos e réplicas que assolaram os dois países.

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Henrique Cymerman, correspondente da SIC no médio oriente, considera que o número de mortos é muito maior do que é sabido, que estão a chegar apoios internacionais à Turquia e Síria, e que o presidente turco enfrentará dificuldades em maio, data das novas eleições no país.

“Dentro de duas horas e meia parte (…) um avião com 150 pessoas da unidade de resgate do exercito israelita e eles partem com médicos e enfermeiros - vão criar um hospital de campanha e vão, também, trazer todo o tipo de ajuda humanitária para a Turquia”, explicou o jornalista.

Após o terramoto sentido esta madrugada na Turquia, o presidente turco tem estado em contacto com entidades internacionais para pedir ajuda, nomeadamente com Israel que também já tem vários hospitais montados juntos à Síria pela guerra civil que decorreu nos últimos anos.

“Há poucos minutos o presidente turco Erdogan telefonou ao presidente Herzog (Israel) e disse lhe que esta era a maior catástrofe da história da república turca. É, também, uma catástrofe enorme na Síria, um pais já muito castigado que vive uma situação dramática há mais de uma década”, lembrou o correspondente.

A respeito da ajuda para a Síria, o presidente Bashar Al Assad está em contacto com Vladimir Putin.

“Segundo fontes israelitas internacionais e russas o presidente Bashar al Assad pediu a Putin que se dirigisse às autoridades israelitas, que são especialistas nestes temas de resgate, e lhes pedisse ajuda. O que é importante é que Israel vai enviar talvez pela primeira vez no caso deste tipo de ajuda humanitária para a Síria.”, explicou Cymerman.

Apesar disto, o presidente Assad deu um passo atrás e disse que não pediu a ajuda pessoalmente.

Também o presidente turco está em dificuldades políticas, tendo em conta o que prometeu há mais de duas décadas, segundo o correspondente.

“O presidente da Turquia está numa situação delicada: em 2002 foi eleito em parte devido ao que se comprometeu a mudar - a lei de construção antissísmica, porque a Turquia é um país que sofre muitos terramotos e agora depois de 3400 prédios que caíram, ele vai ter eleições em maio e é um grande exame”, expôs o jornalista.

Segundo Henrique Cymerman, o número total de mortos pode ser muito superior ao que conhecemos neste momento, podendo mesmo chegar a 18 mil pessoas, sendo o pior terramoto no país desde 1939.

Um sismo de 7,8 na escala de Richter e uma réplica de 7,5 afetaram o sul da Turquia e o norte da Síria, tendo sido sentidos ainda no Líbano, Chipre e Israel.

Por volta das 04:17 horas locais (02:17 em Lisboa) a terra também tremeu em Israel, tal como revela o correspondente da SIC. Acrescenta que um segundo abalo de 6,7 na escala de Richter foi sentido oito horas depois.