Passaram 13 dias desde que sismo atingiu a fronteira entre a Turquia e a Síria e matou mais de 46 mil pessoas. Este domingo, nove das 11 províncias turcas afetadas terminaram os trabalhos de busca e salvamento. Nas duas províncias onde ainda se mantêm as equipas de resgate, a esperança de encontrar alguém vivo é cada vez mais diminuta.
No meio do caos há todavia pequenos momentos de felicidade: Berfin tem a vida toda pela frente, mas dificilmente esquecerá este momento em que apagou o caos que a envolve para celebrar o quinto aniversário. A criança vive em Hatay, um dos lugares mais afetados pelo sismo.
Ogun é o fotografo em Hatay e decidiu dar um simbolismo à morte: um balão por cada criança morta pelo sismo. No momento em que as câmaras o apanharam, a equipa de Ogun já tinha prendido aos escombros 1.500 balões.
A dor profunda destas pessoas junta-as. Primeiro procuravam vida nos escombros, agora aguardam, pelo menos, os corpos dos mais próximos, que ainda estão enterrados sob toneladas de betão. O ritmo da retirada dos cadáveres é lento.
Só na Turquia, 384 mil apartamentos ficaram destruídos. Mais de 100 mil terão de ser demolidos por devido a danos irrecuperáveis. Meryem regressou a casa para recuperar o que lhe for possível, antes da demolição. A estudante de Hatay acredita que, em conjunto, os sobreviventes conseguirão sarar as feridas.
Equipas de resgate internacionais regressam a casa
As equipas de resgate, que vieram das diversas partes do mundo, prosseguem a marcha do regresso a casa. A esperança de encontrar e resgatar sinais de vida já terminou na maioria das províncias afetadas. Os esforços prosseguem, todavia, nas duas regiões mais afetadas.
O secretario de Estado norte-americano, Antony Blinken, foi ao terreno avaliar a dimensão da tragédia. Os Estados Unidos prometem continuar a ajudar a Turquia e também a Síria.
A guerra civil na Síria ergueu um enorme muro à ajuda internacional. No noroeste do pais, lugar controlado pelos opositores ao regime de Bashar Al Assad, há milhares de pessoas a precisarem de ajuda. As diversas agencias da ONU e os Médicos Sem Fronteiras tentam furar os bloqueios do conflito.
O regime de Assad regista 1.414 mortos, mas o Observatório sírio para os Direitos Humanos eleva o total para os 7.000.