José Sócrates não vai ser julgado por nenhum dos crimes de corrupção ligados ao Grupo Espírito Santo, ao Grupo Lena e a Vale do Lobo. O juiz Ivo Rosa entende que, dos 31 crimes que lhe eram apontados, apenas seis podem ser provados: três de branqueamento de capitais e outros três de falsificação de documento.
Em entrevista à SIC Notícias, o advogado de José Sócrates, Pedro Delille, afirmou que esta decisão se trata de uma “vitória indiscutível do engenheiro Sócrates”, já que o juiz Ivo Rosa “desmontou todas as provas” e concluiu que a “acusação nem sequer devia ter sido feita”.
A defesa do antigo primeiro-ministro diz-se ainda “muito impressionada com a pressa” do procurador Rosário Teixeira, que “já trazia pronto” um requerimento de recurso, que fez questão de apresentar “sem conhecer a sentença”, informa.
“É inadmissível que um procurador tenha feito o que ele fez. Ainda o senhor juiz não tinha acabado de dizer a decisão e o Ministério Público manda uma espécie de berro na sala a dizer que quer interpor já recurso. Trazia tudo preparado”, afirma Pedro Delille.
Questionado sobre a decisão do juiz Ivo Rosa ter ordenado hojea extração de uma certidão para a Procuradoria-Geral da República (PGR) averiguar o mecanismo de distribuição daquele processo ao juiz Carlos Alexandre na fase de inquérito, o advogado de Sócrates espera que seja aberto um inquérito para apurar responsabilidades.
“O engenheiro Sócrates tinha razão quando anunciava que a Operação Marquês era uma cabala contra ele”.
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