O início do julgamento de Ricardo Salgado voltou a ser adiado, já que a defesa do antigo banqueiro só na semana passada entregou ao tribunal a contestação, que contém quase duas centenas de documentos.
O Ministério Público diz agora que precisa de tempo para analisá-los. São 190 páginas, 173 documentos e uma lista de 40 pessoas que Salgado quer que sejam ouvidas como testemunhas no julgamento que foi extraído do processo principal da Operação Marquês.
O arranque do julgamento ficou, por isso, marcado para 6 de julho.
A defesa já vinha preparada para pedir novo adiamento, justificando-se com a pandemia e com a idade avançada do arguido. Foi por isso que Salgado não apareceu no tribunal mesmo depois do tribunal ter decidido que o antigo banqueiro tinha de estar presente.
OPERAÇÃO MARQUÊS
No âmbito da Operação Marquês, que tem como principal arguido o antigo primeiro-ministro José Sócrates, Ricardo Salgado foi acusado de 21 crimes, entre corrupção ativa (num dos casos por alegadamente ter corrompido Sócrates), branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal qualificada.
Contudo, o juiz de instrução Ivo Rosa decidiu pronunciar Ricardo Salgado unicamente por três crimes de abuso de confiança, em processo conexo e separado da Operação Marquês.