Nota: este artigo foi originalmente publicado a 13-03-2014
"O sono tem importantes funções restauradoras, adaptativas e comportamentais e sem ele não conseguimos viver, devendo ser considerado uma necessidade fisiológica como a fome ou a sede e respeitada da mesma forma", sublinha Marta Gonçalves, da Associação Portuguesa de Sono.
Existem medidas genéricas para dormir melhor, que muitas vezes passam mais pelo que não devemos fazer. Nesse sentido, a psiquiatra aconselha algumas medidas simples:
- Evitar as bebidas com cafeína durante o final da tarde e noite, não esquecendo que a cafeína também existe no chá, colas, guaraná e outros compostos.
- Evitar o trabalho intelectual perto da hora do deitar, nomeadamente quando implica trabalho em computador.
- A televisão no quarto, o relógio ou telemóvel ligado na cabeceira devem também ser evitados.
- Tentar ir para a cama só quando sente sono ou seja de acordo com a sua hora biológica de maior propensão ao sono e não por ser uma determinada hora em que lhe daria jeito adormecer.
- E por último, se quando se deitarem e não adormecerem dentro de cerca de 30 minutos, não devem ficar na cama. Deverão levantar-se e ir para a sala fazer algo relaxante como ler ou ouvir música suave até terem sono, uma vez que ficar na cama a tentar adormecer só lhes causará ansiedade e consecutivamente um nível de alerta que lhes dificultará o adormecer.
Entre as várias consequências para a saúde resultantes da falta de sono, Marta Gonçalves destaca:
- Cansaço diurno;
- Problemas de concentração;
- Baixa de rendimento profissional;
- Sintomas de ansiedade, irritabilidade e sonolência diurna excessiva, responsável por muitos dos acidentes de viação e de trabalho.
Vários estudos têm vindo a demonstrar também a existência de associações significativas entre a privação crónica do sono e o aumento da obesidade, diabetes, hipertensão, cancro, deficiências do sistema imunitário e depressão.