Conhecido como o melhor amigo de António Costa, Diogo Lacerda Machado tem sido responsável por dossiês complicados. Foi quem tratou das negociações com os lesados do BES e esteve envolvido no processo de recompra da TAP, em 2016. Ano em que o Estado volta a ter o controlo de 50% companhia aérea.
Uma decisão necessária garante Lacerda Machado que critica a privatização feita, em 2015, pelo executivo de Passos Coelho.
"Julgo não ser necessária a convocação de ideologia política por bastar mesmo a aritmética mais simples para perceber quão injusta e desequilibrada era essa transação", referiu o ex-administrador da TAP, Diogo Lacerda Machado.
O negócio com a Airbus foi benéfico para o Estado que “recuperou o controlo sem pagar nada”, garantiu Lacerda Machado.
Contudo a compra de 53 novos aviões em troca de financiamento obrigou a abdicar de outras 12 aeronaves que já tinham sido encomendadas, o que terá lesado a TAP em mais de 400 milhões de euros.
Em 2016, a pedido do então ministro das Infraestruturas, Pedro Marques, Lacerda Machado assumiu o papel de negociador do Estado na recompra da companhia aérea.
O advogado entrou para a administração da TAP em 2017 e esteve na empresa durante quatro anos. Acompanhou o processo de saída de David Neeleman da empresa.
"Os 55 milhões não saíram da TAP (valor da indemnização a Neeleman). Foram pagos pela Direção Geral do Tesouro ou pela Parpública. Não foi a TAP que pagou a compra das suas próprias ações", confirma Diogo Lacerda Machado.
A pedido do PSD, o ex-administrador da TAP foi ouvido na comissão de Economia. Diogo Lacerda Machado volta à Assembleia da República, na quinta-feira, para ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito.