José Gomes Ferreira disse esta segunda-feira que as decisões do Executivo, à luz do relatório da IGF, não apresentam responsabilização política. Esta segunda-feira, o Governo anunciou a exoneração da CEO, do chairman e a devolução de uma grande parte da indemnização atribuída a Alexandra Reis.
“Sem assumir responsabilidades políticas e mais. Comecemos pelas responsabilidades da pessoa que faz a ligação entre a empresa e a parte pública, que é quem tem as ações do Estado e o próprio Estado, estou a falar do CFO Gonçalo Pires que estava na empresa e continua. Não é apontado e porquê? Por extensão não há responsabilização politica neste relatório da IGF, que era jurídico para aferir se a indemnização foi bem paga ou não”, referiu.
No entanto, José Gomes Ferreira crê que a atual tutela de Medina devia ter tirado “ilações” e devia ter explicado porque é que foi escolher uma ex-administradora da TAP que recebeu uma indemnização de 500 mil euros.
Mais. A responsabilização política não cabe apenas ao atual ministro das Finanças, mas também ao seu antecessor.
“Tanto Miguel Cruz, como João Leão se não são conhecidos como incompetentes, então deveriam ter falado e perguntado, se não perguntaram, conheceram informalmente e calaram-se.", concluiu.
Para além disso, José Gomes Ferreira referiu que todo o processo com a TAP, até hoje, tem sido bastante confuso e pouco esclarecido pelo Governo.
"Toda esta parte de responsabilização política, até chegar ao primeiro-ministro ,e todo este processo depois da entrada de um privado, exigir que o Estado tivesse 50% mais uma ação, mais um plano de reestruturação e o Governo nunca quis mostrar aos portugueses que meteram lá 3,2 mil milhões de euros.”
Por último, fica estranho e dúbio a permanência de algumas pessoas em detrimento de outras, considera, sendo que o novo CEO já terá uma equipa constituída sem a sua indicação.
“A administração não sai, quando se exonera um chairman e uma presidente executiva é natural que a administração caia toda, qual é a leitura que se faz? É que as pessoas vão continuar e entra um novo gestor que vai ter de aceitar quem lá está”, explicou.
O que se esperava não aconteceu, o Governo acabou por “fazer sangue num corpo de gestão que acaba por ser amputado” e não existe uma clarificação completa em relação à gestão da TAP.