TAP: o futuro e as polémicas

TAP: o "abanão" político das comissões de inquérito da CEO e de Alexandra Reis

Christine Ourmières-Widener e Alexandra Reis foram ouvidas a semana passado no Parlamento e fizeram revelações que suscitaram mais críticas e tensão no dossier da TAP.

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O dossier da TAP tornou-se ainda mais pesado para o Governo depois da ida ao Parlamento da CEO e da antiga administradora, Alexandra Reis. Foram denunciadas pressões políticas e reuniões aparentemente secretas entre a TAP e deputados do Partido Socialista.

Christine Ourmières-Widener já tinha prometido defesa da honra depois de considerar ilegal o despedimento por justa causa de que foi alvo.

No entanto, poucos previam que em quase sete horas de audição no Parlamento a presidente executiva da TAP causasse tamanho “abanão”.

Começou por dizer que o Ministério das Infraestruturas está demasiado presente na gestão da companhia.

Um dos exemplos que dá é a última visita do Presidente da República a Moçambique e a pressão para antecipar o voo de Maputo para Lisboa, para que Marcelo Rebelo de Sousa não ficasse tanto tempo à espera.

Decidiu pedir orientação ao então secretário de estado das infraestruturas com quem houve uma troca de e-mails.

Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que nunca lhe passaria pela cabeça alterar um voo que implicasse mudanças na vida de centenas de pessoas.

Porém, este não foi o único “abanão” dado pela CEO demissionária da TAP.

Só agora decidiu revelar que a 17 de janeiro participou numa reunião com o Grupo Parlamentar do PS, um dia antes de ser ouvida no Parlamento sobre a gestão da TAP.

Christine Ourmières-Widener disse que o encontro foi iniciativa do Ministério das Infraestruturas. João Galamba garante que foi Christine que quis estar presente na reunião preparatória.

Perante o país, mostrou mensagens que provam que o Governo estava informado desde o início do ano passado da intenção de afastar Alexandra Reis da TAP e do valor da indemnização.

A administradora afastada também foi esta semana ao Parlamento para dizer que não sabe porquê que lhe pediram para sair.

Alexandra Reis diz que nunca sentiu pressão política, que impediu um negócio com a empresa do marido da presidente executiva e revela que já tomou a iniciativa de perguntar três vezes à TAP quanto dinheiro é que tem de devolver, mas que ainda não obteve resposta.