TAP: o futuro e as polémicas

“Não vamos entrar nos pormenores das horas e das horinhas”, diz Costa sobre a chamada de Galamba

O primeiro-ministro recusa contradições com João Galamba sobre o envolvimento das Secretas na recuperação do computador do ex-adjunto. António Costa garante que ninguém do Governo deu ordens ao SIS e assegura que só foi informado depois de terem sido chamados os Serviços Secretos.

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Três audições e quase 20 horas depois, ficam mais dúvidas do que certezas sobre o que aconteceu na noite de 26 de abril no Ministério das Infraestruturas. Não só sobre os incidentes e alegadas agressões que envolveram o ex-adjunto e a chefe de gabinete de João Galamba, mas também sobre o que se seguiu.

Os Serviços Secretos foram contactados por Eugénia Correia. Mas a questão permanece: a pedido ou por sugestão de quem?

“Ninguém do Governo deu ordens ao SIS nem o SIS tinha que informar coisa nenhuma porque não é esse o nível de tutela. Isto é uma operação meramente corriqueira e em regra os serviços de informações não informam o primeiro-ministro destas operações”, afirmou António Costa.

Numa primeira versão, Galamba disse que tinha sido a ministra da Justiça a referir a necessidade de falar com o SIS. Mas no Parlamento, na quinta-feira, garantiu que afinal foi o secretário de estado adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, que tem recusado falar sobre o assunto. Já o primeiro-ministro soube pelo ministro das Infraestruturas (uma revelação feita esta quinta-feira).

Antes, Galamba tinha apenas dito que nessa noite ligou, mas o primeiro-ministro não atendeu o telefone.

"Eu não fui informado nem tinha de ser informado. Ninguém no Governo deu ordens ao SIS para fazer isto ou fazer aquilo."

Mas afinal, o ministro das Infraestruturas falou com António Costa ainda nessa noite, mas já no dia seguinte, depois da uma da manhã.

"Não vamos aqui entrar nos pormenores das horas e das horinhas. O que eu tinha a dizer já disse. Não há contradições”, afirmou o primeiro-ministro.

“Como o dr. João Galamba já disse, ele tentou ligar-me, eu não atendi. Depois mais tarde liguei-lhe, ele informou-me do ocorrido", acrescentou.

Diz que o Sistema de Informações da República Portuguesa agiu de acordo com a lei e não vê nenhum motivo para colocar em causa o papel da secretária-geral do SIRP que para o PSD deve sair do cargo.

Os sociais-democratas que esta segunda-feira confirmaram que vão votar a favor de um inquérito parlamentar à atuação das secretas neste caso como propõe o Chega e a Iniciativa Liberal.

Antes disso, os partidos querem ouvir o primeiro-ministro já nesta comissão.

A SIC sabe que o Departamento de Investigação e Ação de Lisboa e a Polícia Judiciária vão reunir esta terça-feira para acertar a estratégia de investigação ao gabinete de João Galamba e vão analisar o telemóvel e o computador de Frederico Pinheiro.