TAP: o futuro e as polémicas

Buscas na TAP por indemnização a antiga administradora

A TAP garantiu que colabora com as autoridades em todas as investigações e rejeitou comentar processos judiciais, após o Ministério Público ter anunciado buscas na companhia aérea, relacionadas com a indemnização à antiga administradora Alexandra Reis.

Alexandra Reis
Alexandra Reis
ANTÓNIO COTRIM

A TAP está, esta terça-feira, a ser alvo de buscas no âmbito de um inquérito à indemnização paga à ex-administradora da companhia aérea Alexandra Reis, anunciou o Ministério Público.

As buscas abrangem ainda um escritório de advogados em Lisboa e "pesquisas em equipamentos informáticos da Secretaria-Geral do Governo", refere, numa nota, a Procuradoria da República da Comarca de Lisboa.

Em comunicado, a PJ confirma o cumprimento de três mandados de busca e apreensão e de pesquisa informática. Nas diligências da PJ participam 20 inspetores e especialistas de polícia cientifica, bem como procuradores da República e um juiz de instrução.

Em causa estão suspeita da prática de crimes de administração danosa, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, participação económica em negócio e abuso de poder.

O inquérito é dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa e em investigação estão "factos relacionados com a atribuição de indemnização aquando da renúncia de uma vogal e membro do Conselho de Administração e Comissão Executiva da TAP".

A polémica indemnização de meio milhão de euros

Em dezembro de 2022 a TAP esteve envolvida numa polémica devido ao pagamento de uma indemnização de 500 mil euros à então administradora Alexandra Reis pela sua saída antecipada da companhia.

Em 31 de maio de 2023 a gestora assegurou ter devolvido nesse dia à empresa 266.412,76 euros, "o montante líquido global indicado pela TAP".

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Segundo o comunicado, as buscas de hoje visam "a apreensão da documentação" e estão a ser "presididas por procuradores da República e juiz de instrução, coadjuvados por inspetores da Polícia Judiciária (PJ)".

TAP garante colaborar com autoridades

A TAP garantiu entretanto que colabora com as autoridades em todas as investigações e rejeitou comentar processos judiciais.

"A TAP não comenta processos judiciais e colabora sempre com as autoridades em todas e quaisquer investigações", reagiu a companhia aérea, em resposta escrita enviada às redações.

A TAP e Alexandra Reis celebraram um acordo de cessação de relações contratuais, por iniciativa da companhia aérea, como veio a companhia explicar após a comunicação à CMVM.

Este caso tornou-se público numa altura em que Alexandra Reis era já secretária de Estado do Tesouro da equipa do ministro Fernando Medina e motivou a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito.