O Infarmed informou esta quinta-feira que as análises ao lote das vacinas da Johnson & Johnson associados a episódios de desmaio em Mafra estão “em conformidade”, assim como todos os restantes lotes desta vacina em distribuição, razão pela qual o regulador revoga a decisão de suspensão de utilização do mesmo.
Assim, o lote em questão pode voltar a ser utilizado pelos centros de vacinação covid-19.
"Foram realizados ensaios relativos às características físico químicas da vacina, que comprovam a conformidade de todos os lotes que se encontram no circuito de distribuição, de acordo com as especificações aprovadas em sede de avaliação pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA)", pode ler-se no comunicado.
A investigação surgiu na sequência de utentes do centro de vacinação de Mafra terem desmaiado após a toma da vacina produzida pela farmacêutica.
"Na sequência das investigações realizadas por esta Autoridade, informa-se que para o lote XE393 é revogada a decisão de suspensão de utilização do mesmo, podendo neste sentido ser utilizado pelos Centros de Vacinação, tendo em conta o previsto no Resumo das Características do Medicamento desta vacina, relativamente às suas condições de conservação, uma vez que não foi detetado qualquer defeito de qualidade com o mesmo."
A task-force da vacinação informou, entretanto, que a modalidade "casa aberta" - que tinha sido interrompida pela redução da disponibilidade da vacina da Johnson & Johnson - será retomada assim que possível.
Desmaios podem estar relacionados com ansiedade
O ex-presidente do Infarmed Hélder Mota Filipe explicou, em entrevista à SIC Notícias, que os desmaios podem ter a ver com o processo de vacinação e não com a própria vacina da Johnson & Johnson.
"Há pessoas que entram numa situação de ansiedade que dá origem à sensação de desmaio", afirma.
Hélder Mota Filipe lembra que os desmaios estão descritos no processo de vacinação.