A jornalista Dulce Salzedas, da SIC, considera que era "evidente" que a decisão de Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, ia criar dúvidas, fosse a favor ou contra a vacinação contra a covid-19 dos mais jovens. Diz mesmo que essas dúvidas vão ficar "muito mais tempo nos pais".
"A comunicação e informação que chega às pessoas é muito confusa. É normal que as pessoas tenham dúvidas", afirma.
Na Edição da Tarde, esclarece que a decisão de recomendar a vacinação entre os 12 e os 15 anos foi com base na evidência científica da vacinação em massa de cerca de 15 milhões de jovens dessas idades noutros países europeus e nos Estados Unidos da América.
"Parece que não aumentaram o chamado risco das inflamações do coração", afirma, acrescentando que o risco continua a ser maior em caso de infeção do que após a vacina.
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Dulce Salzedas destaca ainda que "há muito poucos jovens" até aos 16 anos infetados com o coronavírus.
Apesar de a vacinação dos jovens não afetar a restante vacinação da população, a jornalista da SIC realça que a nível mundial há países, por exemplo em África e na América Latina, com menos de 1% da população vacinada.
"Precisamos de pensar mais num todo, de sermos mais solidários", defende.
Terceira dose da vacina
Sobre a terceira dose da vacina, explica que, segundo os especialistas, "o nosso sistema imunitário é muito complexo".
"Além de anticorpos, temos umas outras células que não são visíveis nesses testes de anticorpos, que existem nos glóbulos brancos e que são os linfócitos T. Quando o vírus aparecer de novo, elas atuam. O facto de um teste serológico dizer que houve uma baixa de anticorpos, não quer dizer que não estejamos protegidos e que precisamos de uma terceira dose", esclarece.