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Covid-19: “Já temos dados que apontam para uma perda de eficácia das vacinas em idades mais avançadas”

Terceira dose da vacina da covid-19 vai começar a ser administrada a maiores de 65 anos.

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A Agência Europeia de Medicamentos disse esta segunda-feira que doses de reforço da vacina contra a covid-19 da BioNTech/Pfizer "podem ser consideradas" para pessoas com mais de 18 anos, após seis meses da segunda dose, para aumentar os anticorpos.

Miguel Prudêncio, imunologista e investigador do Instituto de Medicina Molecular, explica que esta decisão do regulador europeu vem abrir portas para que cada país possa tomar uma decisão sobre em que condições e a partir de que idade pode ter lugar a administração desta dose de reforço.

Em Portugal, as autoridades sanitárias informaram que, a partir da próxima semana, a dose de reforço começará a ser administrada nos lares para pessoas com mais de 80 anos e, de seguida, por idades decrescentes até aos 65 anos.

“A razão pela qual neste momento se avança com o reforço para mais de 65 é porque já temos dados que nos apontam para uma perda de eficácia das vacinas em idades mais avançadas. Esses mesmos dados não mostram perda de eficácia em pessoas mais jovens. Para já, nada aponta para a necessidade de um reforço para todas as faixas etárias. É preciso irmos acompanhando. Para já, o mais importante é reforçar imunidade de pessoas mais vulneráveis”, afirma o imunologista.

Miguel Prudêncio explica ainda que, ao recebermos duas doses da vacina, o sistema imunitário regista um pico na produção de anticorpos, produção essa que vai diminuindo progressivamente, uma situação que “é normal e acontece em qualquer vacina”.

Apesar da diminuição dessa produção de anticorpos, o especialista explica que o sistema imunitário tem “células que prenderam a fazer aqueles anticorpos e estão prontas a produzi-los rapidamente se forem expostas ao vírus”.

“Esta memória imunológica significa que mesmo que os níveis de anticorpos baixem, a capacidade de reproduzir mais anticorpos rapidamente está assegurada por essas células de memória”.

O investigador do Instituto de Medicina Molecular acrescenta que o sistema imunitário responde melhor “quando somos mais jovens”, razão pela qual “faz sentido” que a dose de reforço seja, para já, recomendada a pessoas de mais idade.

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