O Governo moçambicano diz que não vai aceitar ajuda militar internacional para combater o terrorismo no norte do país. Em entrevista aos enviados da SIC e do Expresso, o secretário de Estado para a província de Cabo Delgado explica que é uma questão de dignidade nacional. O governante assegura que a situação em Vila de Palma já está calma, mas o bispo pede mais assertividade.
Fugir foi a única solução para milhares de pessoas que habitavam na zona do conflito em Palma. A funga não começou apenas com os ataques de há 15 dias. No Campo 25 de Junho tem vindo a crescer desde que foi construído. Neste campo improvisado, vivem agora cerca de 44 mil deslocados dos conflitos da região de Cabo Delgado.
A época das chuvas atrai mais doenças como a malária, diarreias, tosse e febres e faltam recursos para responder às necessidades da população.
O receio de que a instabilidade destrua ainda mais o povo já martirizado, leva o bispo de Pemba a pedir mão firme na resposta. Em contrapartida, os governantes asseguram que, no terreno, a situação é calma e que o regresso das populações a casa estará para breve.
Armindo Ngunga, secretário de Estado para a Província de Cabo Delgado está confiante no desempenho das forças militares nacionais e não admite a intervenção internacional no combate aos jihadistas.
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