A expetativa é que o número de vítimas aumente, superando os 300 mortos registados nas cheias de 1967 na região metropolitana do Rio, lê-se.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, pediu à Marinha o envio de soldados especializados em salvamentos, bem como aviões de transporte e equipas para remover o lodo, em particular das estradas, noticiou a Efe.
Cabral disse que já conversou telefonicamente com a Presidente brasileira, Dilma Rousseff, que se comprometeu a enviar " toda a ajuda disponível", de forma urgente, além de ter decidido libertar 400 milhões de reais (314 milhões de euros) para responder à emergência.
Rousseff também deverá viajar na quinta-feira para o Rio de Janeiro, para sobrevoar as zonas afetadas e discutir novas medidas de apoio à população com as autoridades locais.
"Situação de guerra" em Friburgo
As equipas de socorro em Friburgo estão a trabalhar "com garra" para salvar vidas e enfrentam uma situação de guerra, disse à Lusa o coronel Mori, comandante do Corpo de Bombeiros da cidade, onde o número de mortos pode ultrapassar 140.
Sem água, luz e telefone, os cerca de 250 bombeiros que procedem aos resgates em Nova Friburgo, uma das cidades mais afetadas pelas chuvas na Região Serrana do Rio de Janeiro, enfrentam também dificuldades de acesso às áreas atingidas pelos deslizamentos de terras.
" É literalmente uma situação de guerra. O nosso maior problema é que estamos sem comunicações", declarou coronel Mori.
Segundo o chefe dos Bombeiros, a missão principal neste momento é resgatar o máximo de pessoas com vida.
Ainda com informações muito desencontradas, Mori estima em cerca de 140 o número de mortos registado em Nova Friburgo.
"Eu calculo hoje cerca de 140 mortos, mais do que em Teresópolis. As nossas viaturas não estão a chegar a lugar nenhum", destacou.
A chuva começou a cair na terça-feira às 16:00 e intensificou-se às 22:00. A primeira construção a desabar foi um prédio de três andares onde duas pessoas morreram soterradas.
Na madrugada de quarta-feira o volume pluviométrico chegou a 310 milímetros, uma quantidade muito superior ao que choveu, por exemplo, em Angra dos Reis, na tragédia de janeiro de 2010, que não teve nem 100 milímetros de chuvas.
" Sobrevoei a cidade e tem muitos pontos a que o nosso pessoal não consegue chegar. Há dezenas de deslizamentos (...). Foi uma calamidade, isso nunca aconteceu na cidade", disse coronel Mori.
De momento, ainda não é possível avaliar o número de desalojados, que pode somar algumas centenas.
(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)