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Situação na Líbia é "extremamente grave do ponto de vista humano"

O director do Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia (IESUE) considera que a situação na Líbia é "extremamente grave do ponto de vista humano" e defende a intervenção urgente da comunidade internacional.

"(A) Situação é extremamente grave do ponto de vista humano, porque (o dirigente líbio Muammar) Kadhafi não tem limites na sua barbaridade", declarou Álvaro Vasconcelos à agência Lusa, num contacto telefónico.



"Não podemos permitir que nas fronteiras da Europa haja de novo, como aconteceu nos Balcãs nos anos 90, um crime contra a humanidade", disse, adiantando existir "verdadeiramente uma responsabilidade da comunidade internacional em proteger os líbios".

Álvaro Vasconcelos disse que travar o que classificou de "loucura criminosa de Kadhafi" exigiria que, num primeiro momento, se declarasse "a Líbia como 'no flying zone', ou seja, uma área onde os aviões e helicópteros líbios que têm sido utilizados contra a sua própria população não pudessem levantar voo".



O diretor do IESUE adiantou que teria de ser o Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas a tomar uma decisão naquele sentido, assinalando que a resolução do CS sobre a Líbia de dia 23 "faz referência ao princípio da responsabilidade de proteger".



"A consequência lógica da responsabilidade de proteger é de que, se não há outra forma para prevenir um massacre e um crime contra a humanidade, é preciso uma intervenção militar",
salientou.



O especialista em questões de segurança disse que as medidas que estão a ser consideradas pela comunidade internacional, como sanções e a expulsão da Líbia do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, "não têm qualquer tipo de influência em Kadhafi".



E insistiu no facto de a "responsabilidade de proteger" significar "agir na urgência, antes que seja tarde demais".



Desde 15 de fevereiro que a Líbia é abalada por uma onda de contestação ao regime de Kadhafi, no poder desde 1969, que desencadeou uma violenta repressão dos protestos. Organizações de direitos humanos dão conta de centenas de mortos entre a população líbia.



Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Lusa

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