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Breivik confessou ter planeado três atentados à bomba seguidos de tiroteio

Ao quarto dia de julgamento, o autor confesso do massacre na Noruega não fez a saudação de extrema-direita. O advogado de defesa já tinha dito que iria pedir a Anders Breivik para renunciar ao gesto. Numa declaração na sessão de hoje, Breivik disse que tinha planeado três atentados à bomba seguidos de tiroteio (supostamente o atentado contra os jovens na ilha de Utoya).

© Fabrizio Bensch / Reuters

"O plano era três carros armadilhados seguidos de um tiroteio", "uma  operação muito grande", disse Breivik na quarta audiência do julgamento  pelo ataque à bomba contra a sede do Governo norueguês e o tiroteio na ilha  de Utoya, a 22 de julho do ano passado. 

O extremista de direita indicou que planeava colocar duas bombas, de  uma tonelada cada uma, junto à sede do governo -- como fez -- e junto à  sede do Partido Trabalhista. 

Uma terceira bomba, de 500 quilos, seria colocada num local "muito incerto",  que poderia ser o jornal norueguês Aftenposten, o Parlamento, a câmara municipal  de Oslo ou o Palácio Real. "Acabei por me decidir pelo palácio, num local  em que a família real não ficasse ferida", disse. 

Se sobrevivesse a esses ataques, o que considerava improvável, tencionava  continuar com um tiroteio contra uma célebre casa ocupada ("squat") de Oslo  -- Blitz -, o jornal Dagsavisen e o partido da Esquerda Socialista, cujos  edifícios são todos próximos. 

Segundo explicou ao tribunal, acabou por decidir fazer um único ataque  à bomba porque fabricar um engenho foi "muito mais difícil" do que julgou  inicialmente e que pensou ter muito poucas hipóteses de escapar com vida  do ataque à bomba.

No manifesto ideológico difundido antes do massacre a 22 de julho do ano passado, que fez 77 mortos, o extremista explica que a saudação de extrema-direita representa "a força, a honra e desafia os tiranos marxistas da Europa".

Nesta altura permanecem dúvidas sobre a saúde mental do arguido. Se o tribunal declarar que Breivik é penalmente responsável, incorre numa pena de 21 anos de prisão ou uma pena que pode ser prolongada indefinidamente enquanto for considerado uma ameaça para a sociedade.

Se for declarado inimputável, corre o risco de internamento psiquiátrico. O arguido já pediu em tribunal a libertação ou a morte.