"O plano era três carros armadilhados seguidos de um tiroteio", "uma operação muito grande", disse Breivik na quarta audiência do julgamento pelo ataque à bomba contra a sede do Governo norueguês e o tiroteio na ilha de Utoya, a 22 de julho do ano passado.
O extremista de direita indicou que planeava colocar duas bombas, de uma tonelada cada uma, junto à sede do governo -- como fez -- e junto à sede do Partido Trabalhista.
Uma terceira bomba, de 500 quilos, seria colocada num local "muito incerto", que poderia ser o jornal norueguês Aftenposten, o Parlamento, a câmara municipal de Oslo ou o Palácio Real. "Acabei por me decidir pelo palácio, num local em que a família real não ficasse ferida", disse.
Se sobrevivesse a esses ataques, o que considerava improvável, tencionava continuar com um tiroteio contra uma célebre casa ocupada ("squat") de Oslo -- Blitz -, o jornal Dagsavisen e o partido da Esquerda Socialista, cujos edifícios são todos próximos.
Segundo explicou ao tribunal, acabou por decidir fazer um único ataque à bomba porque fabricar um engenho foi "muito mais difícil" do que julgou inicialmente e que pensou ter muito poucas hipóteses de escapar com vida do ataque à bomba.
No manifesto ideológico difundido antes do massacre a 22 de julho do ano passado, que fez 77 mortos, o extremista explica que a saudação de extrema-direita representa "a força, a honra e desafia os tiranos marxistas da Europa".
Nesta altura permanecem dúvidas sobre a saúde mental do arguido. Se o tribunal declarar que Breivik é penalmente responsável, incorre numa pena de 21 anos de prisão ou uma pena que pode ser prolongada indefinidamente enquanto for considerado uma ameaça para a sociedade.
Se for declarado inimputável, corre o risco de internamento psiquiátrico. O arguido já pediu em tribunal a libertação ou a morte.