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Países respondem a Snowden, só Bolívia e Venezuela admitem asilo 

Menos de 24 horas depois de divulgados os  21 países a quem Edward Snowden pediu asilo, quatro recusaram, cinco rejeitaram  avaliar pedidos apresentados fora do território, dois aceitaram apreciá-lo  e outros dois admitiram conceder-lhe asilo.  

(Reuters/Arquivo)
© Jason Lee / Reuters

Edward Snowden, ex-consultor da CIA acusado de espionagem pelos Estados  Unidos por divulgar programas secretos de vigilância da Agência Nacional  de Segurança (NSA), está há nove dias na zona de trânsito do aeroporto moscovita  de Sheremetyevo.  

Na madrugada de hoje, a Wikileaks, que tem estado a apoiá-lo na fuga  às autoridades norte-americanas, anunciou que Snowden pediu asilo político  à Alemanha, Áustria, Bolívia, Brasil, China, Cuba, Espanha, Finlândia, França,  Holanda, Índia, Irlanda, Itália, Nicarágua, Noruega, Polónia, Rússia, Suíça  e Venezuela, depois de pedidos semelhantes feitos à Islândia e ao Equador.

Os pedidos terão sido entregues pela advogada Sarah Harrison, da Wikileaks,  nas embaixadas dos referidos países em Moscovo. 

Poucas horas depois, o Kremlin anunciou que o informático de 30 anos  tinha renunciado ao pedido feito à Rússia por não aceitar as condições impostas  pelo presidente russo, Vladimir Putin - deixar de divulgar informações prejudiciais  aos Estados Unidos. 

Ainda assim, segundo o porta-voz do Kremlin, "é impossível" a Rússia  entregar Snowden aos Estados Unidos, "um país que aplica a pena de morte".

Apenas a Bolívia e a Venezuela, cujos presidentes estiveram hoje em  visita a Moscovo, aceitaram até agora abrir a porta a Snowden.  

Evo Morales e Nicolas Maduro afirmaram-se dispostos a dar asilo político  ao fugitivo, embora o presidente da Venezuela tenha dito que as autoridades  de Caracas não receberam até ao momento nenhum pedido de Snowden. 

O Brasil, a Índia, a Noruega e a Polónia rejeitaram os pedidos de Snowden.

Nova Deli disse ter "concluído que não há nenhuma razão para aceder  ao pedido", Varsóvia referiu que ele não respeita os procedimentos oficiais  e que, "mesmo que respeitasse", o Ministério dos Negócios Estrangeiros "não  o recomendaria", Oslo citou "razões de forma" e Brasília anunciou que "não  tenciona responder" ao pedido. 

Outros cinco países -- Áustria, Espanha, Finlândia, Holanda e Islândia  -, todos membros da União Europeia, indicaram que apenas podem avaliar pedidos  de asilo político feitos em território nacional, ou seja, no país ou numa  embaixada. 

Este argumento tinha sido já dado pelo Equador, embora até ao momento  o governo de Quito não tenha afastado completamente a hipótese de vir a  conceder asilo ao ex-consultor. 

A Alemanha, cujo governo foi especialmente crítico da espionagem a instituições  e cidadãos europeus pelos Estados Unidos, e a Itália anunciaram que vão  avaliar a viabilidade jurídica dos pedidos de asilo. 

França e Suíça indicaram não ter ainda recebido qualquer pedido do norte-americano  e os restantes países não fizeram qualquer comentário à informação avançada  pela Wikileaks. 

Lusa