Declarado estado de emergência durante um mês no Egito
O Egito declarou hoje estado de emergência durante um mês em resposta à violência que alastra pelo país depois da repressão de manifestações de apoio ao presidente deposto Mohamed Morsi. Entretanto o vice-presidente egípcio Mohammed El-Baradei já anunciou a sua demissão.
Declarado estado de emergência durante um mês no Egito (Reuters)
O estado de emergência, imposto em todo o território do Egito, entrou em vigor às 16:00 horas (15:00 horas em Lisboa) de acordo com um anuncio da presidência egípcia emitido na televisão estatal.
A decisão foi adotada devido ao "perigo" que ameaça "a segurança e a ordem nos territórios do país".
O Presidente interino, Adly Mansour, nomeado pelos militares após a destituição e a detenção de Morsi no início de julho, "atribuiu a missão às forças armadas, em cooperação com a polícia, de tomar todas as medidas necessárias para manter a segurança e a ordem, bem como para proteger os bens públicos e privados e as vidas dos cidadãos", referiu o texto.
"A segurança e a ordem na nação estão em perigo devido aos atos de sabotagem deliberados, ataques que visam edifícios públicos e privados e a perda de vidas humanas, atos perpetrados por grupos extremistas", sublinhou justifica a presidência egípcia.
A polícia dispersou hoje, com recurso à violência, apoiantes do ex-presidente Mohamed Morsi que estavam concentrados em praças no Cairo.
Pelo menos 124 manifestantes foram mortos na praça Rabaa al-Adawiya, no centro do Cairo, segundo o testemunho de um jornalista da agência France Press que afirma ter contado os cadáveres nas três morgues improvisadas no local.
O Ministério da Saúde egípcio confirmou, até ao momento, 95 mortos e 874 feridos nos confrontos ocorridos em várias localidades do país, segundo a televisão estatal. A Irmandade Muçulmana diz que 250 pessoas perderam a vida nos confrontos.