A Irmandade Muçulmana, a confraria de Morsi, apelou a uma manifestação contra o "golpe de Estado militar", mas a sua capacidade de mobilização tem sido reduzida ao fim de duas semanas de sangrenta repressão e detenção dos seus principais dirigentes.
Trinta e cinco manifestantes concentraram-se numa praça do centro da capital no final das orações e sem que tenham manifestado qualquer hostilidade, a polícia disparou granadas de gás lacrimogéneo para os dispersar, segundo um jornalista da France Presse.
"Somos poucos porque a polícia barrou a entrada na praça", explicou um dos manifestantes.
O Ministério do Interior reafirmou na quinta-feira que tinha autorizado os polícias e militares que patrulham as ruas a abrir fogo contra qualquer manifestante que ataque bens públicos ou as forças da ordem.
Nos últimos 10 dias, as manifestações pró-Morsi são raras e juntam apenas centenas de pessoas, sendo maiores às sextas-feiras, dia de oração. Antes de 14 de agosto, a Irmandade Muçulmana mobilizava centenas de milhares de apoiantes.
A 14 de agosto, o Governo nomeado pelos militares ordenou a dispersão à força de todas as concentrações e manifestações a pedir o regresso de Morsi, uma operação que provocou um banho de sangue, em particular no Cairo.
Mais de mil pessoas foram mortas nos dias que se seguiram, na maioria manifestantes, e mais de 2.000 apoiantes e dirigentes da Irmandade Muçulmana foram detidos, incluindo os principais líderes da confraria.
Lusa