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Bruxelas adota novas regras na sequência do escândalo dos implantes mamários PIP

A Comissão Europeia adotou hoje duas medidas  para melhorar a segurança dos dispositivos médicos, com vista a restabelecer  a confiança dos doentes, na sequência do escândalo dos implantes mamários  Poly Implant Prothese (PIP).  

Reuters
© Juan Carlos Ulate / Reuters

O executivo comunitário adotou designadamente um regulamento de execução  que clarifica os critérios a respeitar pelos organismos notificados, que  são responsáveis pela inspeção aos fabricantes de dispositivos médicos,  e de uma recomendação que clarifica as tarefas que estes organismos têm  de empreender quando realizam auditorias e avaliações no setor dos dispositivos  médicos, que abrange cerca de 10 mil tipos de produtos, desde gesso a pacemakers.

Segundo Bruxelas, as ações acordadas, na sua maior parte, já foram executadas  ou estão em vias de execução, recordando a Comissão que já no início do  ano foi lançado um projeto-piloto de auditorias conjuntas de organismos  notificados efetuadas por auditores de vários Estados-Membros e da Comissão  - já se realizaram 11, estando planeadas mais oito até ao final do ano -,  tendo estas ações, mesmo antes da aprovação das medidas hoje adotadas, obrigado  dois organismos notificados a cessar temporariamente a emissão de certificados  até à correção das deficiências.  

Entre os exemplos de requisitos reforçados estabelecidos nas medidas  hoje adotadas pela Comissão Europeia, conta-se a obrigatoriedade de um Estado-membro  só poder designar um organismo notificado após uma "avaliação conjunta"  realizada com peritos da Comissão e de outros Estados-Membros.  

Os Estados-Membros são obrigados a realizar a vigilância e monitorização  dos organismos notificados com uma determinada frequência, a fim de garantir  que estes continuam a cumprir os requisitos, e, se tal não acontecer, os  Estados-Membros devem retirar a designação de organismo notificado.  

Por outro lado, passa a ser exigido que os organismos notificados efetuem  aleatoriamente auditorias sem aviso prévio às fábricas e, neste contexto,  verifiquem amostras adequadas retiradas da produção.  

Por fim, se a substituição ou a adulteração de matérias-primas, como  no caso dos PIP, puder constituir um risco, os organismos notificados devem  igualmente verificar que a quantidade de produtos acabados corresponde à  quantidade adquirida de matérias primas essenciais.  

"Com as medidas hoje adotadas, a Comissão Europeia reforça a segurança  dos dispositivos médicos. Dispomos agora de uma base mais clara para que  os organismos notificados realizem auditorias sem aviso prévio, ensaios  por amostragem ou avaliações conjuntas. Só é possível obter total clareza  através da alteração da legislação de base. Estou empenhado em apoiar o  Parlamento Europeu e o Conselho, com vista a completar a revisão em curso  até ao início do próximo ano", comentou hoje o comissário para a Política  dos Consumidores, Neven Mimica. 

 

Lusa