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Prisão preventiva para sete ativistas da Greenpeace na Rússia

A justiça russa decidiu hoje decretar prisão  preventiva durante dois meses para sete ativistas da Greenpeace, incluindo  estrangeiros, e um fotógrafo que são acusados de "pirataria" após uma ação  contra uma plataforma russa no Ártico. 

O francês Francesco Pisanu / EPA
IGOR PODGORNY / GREENPEACE INTERNATIONAL / HANDOUT
O capitão do navio da Greenpeace, o americano Peter Willcox / EPA
IGOR PODGORNY / GREENPEACE INTERNATIONAL / HANDOUT
O fotógrafo russo Denis Siniakov / Reuters
© Stringer . / Reuters
A brasileira Ana Paula Alminhana Maciel / EPA
IGOR PODGORNY / GREENPEACE INTERNATIONAL / HANDOUT
O canadiano Paul Douglas Ruzycki / Reuters
© Stringer . / Reuters
Um porta-voz do Greenpeace, o russo Roman Dolgov / Reuters
© Stringer Russia / Reuters
Um porta-voz da Greenpeace International, o sueco Dmitri Litvinov / EPA
IGOR PODGORNY / GREENPEACE INTERNATIONAL / HANDOUT

A deliberação do tribunal de Murmansk, noroeste da Rússia, abrange o  capitão do navio da Greenpeace, o americano Peter Willcox, bem como o polaco  Tomasz Dziemianczuk, os neozelandeses David John Haussmann e Jon Beauchamp,  o canadiano Paul Douglas Ruzycki e o francês Francesco Pisanu.  

Peter Willcox foi o capitão do emblemático "Rainbow Warrior", o navio  da organização ecologista que foi afundado pelos serviços secretos franceses  em 1985.  

Hoje de manhã, a organização ecologista e a agência noticiosa russa  Interfax tinham confirmado a detenção preventiva, também por um período  de dois meses, do fotógrafo russo Denis Siniakov, um colaborador regular  da Greenpeace, e de um porta-voz do movimento, o russo Roman Dolgov. 

Por sua vez, a instância judicial decidiu prolongar em apenas 72 horas  a prisão preventiva de um porta-voz da Greenpeace International, o sueco  Dmitri Litvinov, filho de um famoso dissidente e prisioneiro político da  época da União Soviética (Pavel Litvinov) e neto de um antigo ministro dos  Negócios Estrangeiros do regime do líder histórico soviético Josef Estaline.

De acordo com a Interfax, o juiz justificou esta decisão com o facto  de Dmitri Litvinov ser pai de uma criança menor de idade. 

No âmbito de uma campanha contra a exploração petrolífera no Ártico,  iniciada pela Rússia e parceiros ocidentais, ativistas da Greenpeace tentaram,  há uma semana, escalar uma plataforma do gigante russo do gás Gazprom no  Mar de Barents. 

Os militantes foram impedidos pelos guardas costeiros russos, que dispararam  tiros de aviso com armas automáticas, de acordo com a organização não-governamental  ecologista. 

O navio da Greenpeace "Artic Sunrise", com pavilhão holandês, acabou  por ser apresado por comandos da guarda costeira russa e rebocado até Murmansk,  onde os 30 membros da tripulação internacional foram colocados em detenção,  acusados de pirataria, um crime passível de uma pena de 15 anos de prisão.

Os ativistas são originários de um total de 18 países, como Estados  Unidos, França, Suíça, Finlândia, Reino Unido, Polónia ou Rússia. 

Todos os ativistas rejeitaram as acusações de "pirataria", afirmando  que a ação de protesto na plataforma da Gazprom foi pacífica. 

Hoje de manhã, a comissão de inquérito russa tinha advertido que iria  solicitar que os 30 membros da tripulação do "Arctic Sunrise" fossem mantidos  em prisão preventiva até à conclusão da investigação, justificando a medida  com o risco de fuga. 

Este caso, que implica vários cidadãos estrangeiros, poderá transformar-se  num caso diplomático. 

Com base no direito marítimo, a Holanda já solicitou a libertação da  tripulação do navio. 

Por seu lado, Kumi Naidoo, diretor da Greenpeace International, já qualificou  estas decisões judiciais como "intimidação". 

"As autoridades russas estão a tentar assustar as pessoas que se opõem  à indústria petrolífera no Ártico, mas esta tentativa de intimidação flagrante  não terá sucesso", referiu o responsável, num comunicado. 

Lusa