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Rinocerontes do Quénia vão ter "microchips" para combater caça ilegal

O Quénia vai implantar "microchips" num milhar de rinocerontes existentes no país para combater a caça furtiva deste mamífero, cujo chifre é muito apreciado no mercado asiático.

© Marko Djurica / Reuters

"Podemos rastrear o rinoceronte onde quer que ele esteja e saber se  o seu chifre chegou a um mercado de Hong Kong", explicou hoje à agência  noticiosa espanhola EFE Paul Udoto, porta-voz do Serviço de Proteção da  Fauna e Flora queniano (KWS, na sigla em inglês). 

A medida, que no futuro poderá alargar-se a outros animais ameaçados  pela caça ilegal como o elefante, envolverá os 1.025 rinocerontes que vivem  no Quénia, onde apenas desde janeiro 45 foram mortos por caçadores furtivos.

A organização de defesa do ambiente World Wide Fund for Nature entregou  na quarta-feira ao KWS cerca de 1.000 "microchips" e cinco "scanners", no  valor de 112.367 euros.  

"A tecnologia revelará e melhorará o conhecimento da cadeia de comércio  do chifre de rinoceronte", adiantou o KWS. 

Os "microchips" e as análises forenses fornecerão provas cruciais para  relacionar os criminosos com os animais caçados e os chifres confiscados.

Rinocerontes e elefantes correm risco de extinção devido à caça furtiva  com o objetivo de lhes arrancar os seus chifres e presas, aos quais se atribuem  propriedades medicinais e afrodisíacas em países asiáticos. 

No caso do rinoceronte, o principal destino do comércio ilegal é o Vietname,  onde existe a crença generalizada de que um derivado do seu chifre cura  o cancro e se tornou moda entre os mais ricos como um remédio contra a ressaca.