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Snowden garante não ter entregado documentos secretos à Rússia

O ex-analista da Agência Nacional de Segurança Edward Snowden, cuja extradição é exigida pelos Estados Unidos por ter revelado documentos secretos do seu país, assegurou ao The New York Times que não entregou nenhum desses arquivos à Rússia, onde recebeu asilo.

© Ueslei Marcelino / Reuters

Snowden assegurou que não levou documentos confidenciais para a Rússia  quando aí chegou no passado mês de julho, pelo que os serviços secretos  russos não tiveram acesso a eles. 

O ex-analista afirmou que todos os arquivos sobre espionagem que lhe  chegaram às mãos foram entregues a jornalistas com quem estabeleceu contacto  em Hong Kong, antes de viajar para Moscovo, e não ficou com nenhuma cópia.

"Não há nenhuma possibilidade de os chineses ou os russos terem acesso  a esses arquivos", frisou Snowden. 

Os serviços secretos norte-americanos expressaram a sua preocupação  pela possibilidade de documentos confidenciais a que Snowden teve acesso  terem ido parar às mãos das autoridades russas ou chinesas. 

Na entrevista, Snowden afirma que atuou "no melhor interesse da nação  para revelar informação" sobre espionagem que Washington realiza sobre os  próprios cidadãos. 

Snowden acrescentou que se sentiu "legitimado" para publicar esses documentos  ao receber muitos apoios da parte da sociedade civil que viu vulnerabilizados  os seus direitos. 

O ex-analista da NSA, 30 anos, chegou a Moscovo a 23 de julho passado,  proveniente de Hong Kong, na sua fuga à justiça americana depois de ter  revelado um trama de espionagem global dos serviços secretos do seu país,  que o acusou de "traidor". 

Ficou até 01 de agosto na zona de trânsito do aeroporto Sheremetievo  de Moscovo até que recebeu refúgio temporário na Rússia.